A REFORMA CALVINISTA
Entre as doutrinas protestantes
surgidas no contexto da Reforma, o calvinismo pode ser considerado o mais
radical. Formulado pelo francês João Calvino e difundido primeiramente na
Suíça, o calvinismo se expandiu rapidamente pela Europa. Essa difusão deu-se,
principalmente, pela aproximação, em termos éticos, entre sua doutrina e a
economia capitalista, até então em desenvolvimento.
A região da Suíça era formada por
uma série de repúblicas independentes, nas quais o poder se concentrava na mão
dos comerciantes. Esse poderio, no entanto, encontrava barreiras nas ações da
Igreja na região. O movimento reformista já havia dado os seus primeiros passos
com a atuação do luterano Ulrich Zwinglio, mas foi a partir da conversão de
Calvino, em 1530, que o processo se consolidou. O calvinismo tem sua base na
noção da predestinação absoluta.
Ainda de acordo com as ideias de
Calvino, o homem não tem a consciência de sua situação, pois os desígnios de
Deus são insondáveis. Segundo ele, não há, também, maneira de se mudar o
destino, já decidido por Deus antes mesmo da criação do Universo. O que existem
são sinais exteriores que apontam para a possível salvação. A partir desses
elementos, ter-se-ia uma indicação da condição do sujeito, enquanto condenado
ou salvo.
A doutrina calvinista estabelecia
para seus adeptos uma vida regrada, disciplinada, dedicada ao trabalho,
afastada do ócio, dos vícios e da ostentação. Dentro dessa doutrina,
conformar-se a esse ideal de conduta não seria o caminho para a salvação, mas
seus resultados visíveis – o sucesso material – dariam ao eleito a confirmação
do estado de graça.
Esse código de conduta levou
alguns autores a considerar os princípios do calvinismo como fatores que
favoreceriam o processo de acumulação capitalista. Nesse sentido, a valorização
do trabalho e do consequente acúmulo de riquezas estaria diretamente
relacionada ao processo de expansão do capitalismo. Teria sido, portanto, essa
a razão para a expansão do calvinismo pela Europa, por regiões como Inglaterra,
com os puritanos; Escócia, com os presbiterianos; e França, com os huguenotes.
O mapa a seguir retrata essa expansão.
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