Período romântico
A música do período romântico,
que vai aproximadamente da segunda década do século XIX ao início do século XX,
caracterizou-se por uma atenção cada vez maior a uma linha melódicaextensa,
assim como elementos expressivos e emotivos, paralelando o Romantismo nas
outras formas de arte. As formas musicais começaram a se distanciar dos moldes
usados na era clássica (mesmo aqueles que já haviam sido codificados), e surgem
peças em forma livre como noturnos, fantasias e prelúdios, ao mesmo tempo em
que as ideias preconcebidas a respeito da exposição e do desenvolvimento destes
temas passaram a ser minimizadas ou mesmo ignoradas. A música tornou-se mais
cromática, dissonante, com tonalidades mais coloridas e um aumento nas tensões
(no que diz respeito às normas aceitas pelas formas anteriores) envolvendo as
armaduras tonais. A canção de arte (ou Lied) amadureceu neste período, bem como
as proporções épicas da grand opéra, que culminaram com o Ciclo dos Aneis, de
Richard Wagner.
No século XIX, as instituições
musicais saíram do controle dos patronos ricos, à medida que os compositores e
músicos podiam construir vidas independentes da nobreza. Um crescente interesse
pela música por parte das classes médias por toda a Europa ocidental incentivou
a criação de organizações dedicadas ao ensino, performance e preservação da
música. O piano, que atingiu sua forma atual neste período (graças, em parte,
aos avanços industriais da metalurgia) tornou-se imensamente popular entre
essas classes média, e a demanda pelo instrumento fez surgir um grande número
de fabricantes do instrumento. Muitas orquestras sinfônicas datam deste
período; alguns músicos e compositores da época tornaram-se verdadeiras
estrelas em seus respectivos campos, e alguns, como Franz Liszt e Niccolò
Paganini, chegavam mesmo a sê-lo em ambos.
A família de instrumentos
utilizada na música clássica, especialmente pelas orquestras, cresceu. Um
número maior de instrumentos de percussão apareceu, e os metais assumiram
papeis de maior relevância, à medida que a introdução das válvulas rotativas
aumentou a amplitude de notas que podiam alcançar. O tamanho da orquestra, que
era composta tipicamente por 40 músicos durante o período clássico, foi
expandido, chegando a mais de 100 indivíduos. A Sinfonia dos Mil, de Gustav
Mahler (1906), por exemplo, já foi executada por uma orquestra com mais de 150
instrumentistas, e um coro de mais de 400 cantores.
As ideias e instituições
culturais europeias passaram a seguir a expansão colonial para diferentes
partes do mundo. Houve um aumento, especialmente no final do período, das
ideias nacionalistas na música (ecoando, em alguns casos, os sentimentos
políticos da época); compositores como Edvard Grieg, Nikolai Rimsky-Korsakov e
Antonín Dvorák ecoaram a música tradicional de suas pátrias em suas
composições.
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