OS ANTECEDENTES DA II GUERRA MUNDIAL

OS ANTECEDENTES DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

O fim da Primeira Guerra não significou a consolidação da paz mundial, afinal, o tratamento dado a alguns países só favoreceu o surgimento de sentimentos nacionalistas revanchistas. Três países merecem destaque nesse contexto: Alemanha, Itália e Japão. Os três se sentiram prejudicados com os resultados da Guerra, pois o primeiro foi humilhado pelo Tratado de Versalhes, e os outros dois, apesar de lutarem ao lado dos vencedores, não receberam o que esperavam e saíram do conflito se sentindo traídos. Com esse sentimento em comum, a Alemanha, a Itália e o Japão formaram o Eixo Roma-Berlim-Tóquio e partiram para uma política expansionista.

O Japão, agindo na frente asiática, invadiu a região da Manchúria (1931), na China, país que chegou a dominar completamente durante a Guerra. Já a Itália, atuando na África, invadiu a Etiópia (1935), que até então se mantinha independente. O caso mais polêmico, no entanto, foi o alemão, pois, desrespeitando o Tratado de Versalhes, a Alemanha reconstruiu sua máquina bélica. Sob o comando do governo nazista, os alemães aumentaram o seu contingente militar e reorganizaram a marinha e a aviação de guerra. Dessa forma, conseguiram reincorporar o Sarre (1935), remilitarizar a Renânia (1936) e realizar a uni cação com a Áustria, o Anschluss (1938), quando, sem disparar um tiro, Hitler realizou um plebiscito apoiado pela população austríaca, que optou pela uni cação com a Alemanha.

A Liga das Nações, órgão criado para garantir a paz mundial no final da Primeira Guerra, consentia com o expansionismo do Eixo, evidenciando o seu fracasso em cumprir seus objetivos. Além disso, Inglaterra e França adotaram a política de apaziguamento, que se caracterizou pela omissão dos dois países diante do avanço nazista com o objetivo de evitar um conflito armado com a Alemanha. Hitler se aproveitou da situação para exigir os Sudetos, região da Tchecoslováquia habitada por maioria germânica. Inglaterra e França, sem consultarem o maior interessado, a Tchecoslováquia, mais uma vez cederam aos alemães e, durante a Conferência de Munique (1938), permitiram que a região fosse anexada em troca do m das exigências germânicas.

Em 1939, Hitler foi além, incorporando toda a Tchecoslováquia sem que a Inglaterra e a França fizessem nada, já que esses dois países também viam o poderio alemão como uma forma de impedir o avanço do socialismo sobre a Europa, cando tal atitude conhecida como o Cordão Sanitário. Para esses Estados, era uma questão de tempo até que Hitler atacasse Stálin e, assim, eliminasse a influência da esquerda sobre o continente.

A interseção de interesses entre a extrema-direita e a aliança anglo-francesa ficou clara durante a Guerra Civil Espanhola, quando os fascistas espanhóis entraram em conflito com a esquerda. Enquanto os comunistas não receberam grande ajuda da URSS, os fascistas, chamados de falangistas ou franquistas, liderados pelo general Francisco Franco, foram amplamente apoiados pela Itália e pela Alemanha, além de contarem com a neutralidade da Inglaterra e da França. A guerra na Espanha serviu para que italianos e alemães testassem suas máquinas de guerra. Assim, ao final do conflito, em 1939, o general Franco, auxiliado por Mussolini e por Hitler, assumiu o poder na Espanha e implantou um regime de extrema-direita no país.

Se a Guerra Civil Espanhola evidenciou a polarização ideológica existente entre a extrema-direita e a extrema-esquerda, o que parecia impossível aconteceu: a Alemanha e a União Soviética assinaram o Pacto Nazi-Soviético ou Pacto Ribbentrop-Molotov (nome dos ministros das relações exteriores da Alemanha e da União Soviética, respectivamente), gerando forte comoção e inquietação na opinião pública mundial. Na verdade, o Pacto era um acordo secreto de divisão da Polônia, uma vez que Hitler tinha interesses no país e não estava, naquele momento, querendo um conflito com Stálin, que também se interessava pelo território polonês. Vale lembrar que a formação da Polônia havia se dado no final da Primeira Guerra a partir de fragmentos dos territórios alemão e russo.

Dessa forma, os envolvidos no Pacto Germano-Soviético se sentiam no direito de retomar a porção territorial que havia lhes pertencido. Depois do Pacto com os soviéticos, portanto, Hitler se sentiu à vontade para invadir a Polônia, em 1o de setembro de 1939, provocando a reação da Inglaterra e da França, que exigiram a retirada das tropas alemãs do país. Com a recusa alemã, os dois países declararam guerra à Alemanha no dia 3 de setembro de 1939, fato que desencadeou um novo conflito mundial.

 

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