As invasões vikings
Durante a Baixa Idade Média, a
civilização viking deu início a uma série de invasões que marcariam o instável
quadro político militar europeu. Pertencentes a uma civilização de forte
tradição militarista, os vikings acreditavam que os conflitos ocupavam um
importante espaço de suas crenças e práticas sociais. Dessa forma, entre os
séculos VIII e XI, deflagraram um grande número de batalhas que tomaram boa
parte do Velho Mundo.
Os vikings são oriundos das
gélidas terras encontradas nas regiões da Noruega, Dinamarca e Suécia. Nestas
regiões – apesar da falta de recursos fartos – praticavam a agricultura, a
pesca e o comércio de diversos produtos como trigo, peixes, metais, madeira e
alguns escravos. Historicamente, foram capazes de formar uma cultura autônoma,
tendo em vista que os romanos não promoveram a ocupação dos domínios
escandinavos.
Mesmo partilhando diversos
hábitos e costumes, os vikings não experimentaram nenhum tipo de governo
centralizado capaz de organizar as invasões à Europa. Geralmente, pequenos
grupos independentes organizavam as pilhagens que começaram a atingir o mundo
europeu a partir das ilhas britânicas. Faziam uso do drakkar, tipo de
embarcação leve, com a qual os vikings alcançaram a Europa por vias marítimas e
pluviais. Não por acaso, iniciaram a ocupação da Europa Continental adentrando
o Rio Sena.
Apesar das invasões atingirem
essas duas primeiras localidades, a ocupação dos vikings ocorreu
simultaneamente em diversas partes da Europa. Um dos alvos mais visitados era a
Irlanda, que devido à proximidade e a ajuda dos ventos fazia com que essa
investida militar ocorresse sem maiores dificuldades. Enquanto os vikings
noruegueses e dinamarqueses invadiam regiões da Espanha e da França, os suecos
costumavam invadir partes da Polônia, Letônia, Lituânia e Rússia.
Ao contrário do que se pensa, não
podemos definir que a invasão realizada pelos vikings tenha ocorrido por uma
mera inclinação para a guerra. De acordo com algumas pesquisas, o processo de
expansão territorial dessa civilização foi gradual e, provavelmente, foi
motivado pelo problema do aumento dos contingentes populacionais em terras
pouco férteis. Contrariando vários mitos ligados a essa civilização, os vikings
não eram xenófobos e realizavam comércio com vários povos estrangeiros.
Outra interessante “tradição
inventada” vinculada aos povos vikings está relacionada ao hábito de utilizar
elmos com chifres. Pesquisas arqueológicas indicam que uma pequena parte dos
combatentes utilizava esse tipo de aparato, mais comumente usado para a
realização de rituais religiosos. Essa associação entre os vikings e os chifres
aconteceu com a popularização, durante o século XIX, de peças teatrais e óperas
que incorporaram esse vistoso ornamento.
Nesse processo de expansão, também
responsável pela colonização de diversas terras nórdicas, os vikings acabariam
antecipando em cinco séculos a viagem feita por Cristóvão Colombo. Por volta do
ano 1000, segundo vestígios encontrados na costa leste do Canadá, um grupo de
vikings dominou algumas terras nesta região investigada. Contudo, as
dificuldades de fixação e o confronto com os povos nativos acabaram dando fim a
essa empreitada.
Na mesma época, por volta do
século XI, a expansão dos povos vikings pela Europa começava a dar seus primeiros
sinais de desgaste. Além de sofrerem com diversas derrotas militares, o avanço
do cristianismo pelo continente acabou enfraquecendo a formação de novas tropas
dispostas a lutar. Apesar de tantas transformações, as tradições e lendas
criadas por essa civilização ainda se mostra presente em diversos traços da
cultura européia contemporânea.
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