A REVOLUÇÃO LIBERAL DE 1830 NA FRANÇA


 

A REVOLUÇÃO LIBERAL DE 1830 NA FRANÇA

Luís XVIII governou a França, como previa a Constituição de 1814. A Carta, outorgada, concedia amplos poderes ao rei, que, no entanto, devia conviver com um Parlamento dividido em duas Câmaras – a dos Pares e a dos Deputados – e eleito pelo voto censitário. Com a participação política restrita, formaram-se nas Câmaras grupos vinculados a diferentes tendências.

Os ultrarrealistas defendiam a restauração aos moldes absolutistas e o retorno de seus privilégios. Os constitucionalistas, representantes da alta burguesia, entendiam serem necessários o poder real, somado ao respeito à Constituição, e os limites impostos pelo Legislativo ao poder do rei. Já os independentes ou liberais eram burgueses e bonapartistas que desejavam maior participação política.

Em meio a esse conturbado contexto, Luís XVIII comandou um governo moderado, sem que houvesse grandes conflitos com o Parlamento. Após a morte de Luís XVIII, seu irmão Carlos, ultrarrealista, assumiu o poder. Além de defender o retorno do absolutismo em seu reinado, Carlos X apoiou a Igreja, concedendo-lhe o controle sobre o ensino, censurou a imprensa e iniciou o processo de indenização da nobreza pela perda de seus bens durante o período revolucionário francês.

O descontentamento da população com a tendência absolutista, com a crise econômica que assolava a França e com o aumento de impostos era tanto que, já nas eleições parlamentares de 1830, os partidários do rei foram derrotados. Em resposta ao crescimento da oposição, o rei tomou medidas que ficaram conhecidas como as Ordenações de Julho.

Entre as medidas repressoras adotadas por Carlos X, destacam-se: 

• a dissolução da Câmara dos Deputados; 

a elevação do censo eleitoral;

a limitação à liberdade de imprensa.

Os dias que se seguiram às Ordenações ficaram conhecidos como Três dias Gloriosos, pois o povo de Paris saiu às ruas e ergueu barricadas, opondo-se às medidas do rei.

O resultado foi a deposição de Carlos X, mas, temendo uma nova radicalização, setores da alta burguesia optaram por manter a monarquia, que seria comandada por Luís Felipe de Orléans.

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