A ORIGEM DOS JOGOS OLIMPICOS


 

A ORIGEM DOS JOGOS OLÍMPICOS 

A prática esportiva, bem como uma série de outras práticas desenvolvidas pelo ser humano, possuía nas civilizações antigas um fundamento religioso. Os Jogos Olímpicos, hoje em dia bastante popularizados em razão do resgate que deles foi feito pelo Barão de Coubertin, na década de 1890, não fogem à regra. A origem de tais jogos ocorreu na cidade de Olímpia, uma das cidades-estado da Grécia Antiga (ou Hélade), por volta do século VIII a.C. Na antiga Grécia, quatro grandes festivais religiosos eram celebrados com jogos esportivos: os Píticos, dedicados ao deus Apolo e realizados no santuário de Delfos; os Ístmicos, realizados no santuário de Corinto e dedicados ao deus Poseidon; os Nemeus, realizados em Nemeia, no santuário de Zeus e a ele dedicados; e, por fim, os Olímpicos, que eram realizados em Olímpia e também dedicados a Zeus. Para compreendermos bem a relação dos Jogos Olímpicos com Zeus, é necessário fazer referência a uma parte do mito de Hércules (ou Héracles). Culto a Zeus em Olímpia e o mito de Hércules Hércules, segundo a mitologia grega, é considerado o fundador dos Jogos Olímpicos. Filho de Zeus com uma mortal, Hércules foi desafiado pela deusa Hera a cumprir doze trabalhos considerados irrealizáveis. O quinto deses trabalhos consistia em limpar os currais do rei Áugias, da cidade de Élis. Segundo o mito, os currais eram habitados por milhares de animais e não era limpo há cerca de 30 anos. Hércules, após conseguir realizar o penoso trabalho, decidiu comemorar o feito inaugurando jogos esportivos em homenagem ao seu pai, Zeus. Tais jogos teriam sido realizados pela primeira vez no santuário de Zeus em Olímpia e, por isso, recebido o nome de “olímpicos” ou, simplesmente, Olimpíadas. A narrativa mitológica à parte, de fato em Olímpia os jogos esportivos foram bastante intensos, com periodicidade de quatro anos e por cerca de cinco séculos. Sempre que era feita a abertura, animais eram sacrificados em homenagem a Zeus, bem como outros ritos, com o acendimento da chama olímpica (que sobrevive até hoje). Modalidades esportivas das antigas Olimpíadas Muitas das modalidades esportivas da antiga Grécia eram bastante parecidas com as atuais. Outras, por sua vez, era radicalmente diversas. Entre as que se assemelhavam às que são praticadas hoje, havia, por exemplo, as corridas a pé (chamadas de drómos), que se dividiam em categorias, cada qual variando conforme a distância e o tempo percorrido. A atual corrida de revezamento de bastão deriva, por exemplo, da corrida em que se revezava uma tocha acesa. Havia ainda o pentatlo (pentathlon) – que também é praticado hoje, mas com modificações –, lançamento de discos e dardos e modalidades de luta. Entre os esportes que diferem dos atuais, havia a corrida com armadura de combate, chamada de hoplitodromía; as corridas com carros de combate de tração animal, como as bigas (puxadas por dois cavalos) e as quadrigas (puxadas por quatro cavalos); e, por fim, lutas como o pancrácio, que consistia em algo próximo ao “vale-tudo”. Nessa modalidade de luta sem regras, os competidores beiravam a morte e eram permitidos socos, cabeçadas, cotoveladas, torções, estrangulamentos etc. 
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