A Arte Barroca na Pintura
Em um tempo de infindáveis questionamentos sobre as visões teocêntricas e antropocêntricas, nasceu e desenvolveu o Barroco. O gosto pela Arte Barroca veio temperado pela aproximação de realidades opostas, pelo conflito e pelas contradições violentas que estavam diretamente ligadas ao contexto da época, ou seja, a visão de mundo do homem do século XVII. O Barroco surgiu na Itália e aproveitou de alguns, mas fortes, elementos da Renascença, transformando-os.
O Barroco foi um movimento que apresentou especificidades complexas e de difícil compreensão, como a oposição do mundo material com o espiritual. Nessa complexibilidade, a personalidade enérgica dos artistas do momento foi um grande diferencial dentro desse estilo que contava com ideias abertas à abstração e ao subjetivo. Para provocar o apreciador da obra barroca, o artista usava de um sensualismo exacerbado e da idealização amorosa que abusava da verossimilhança das cenas retratadas do cotidiano, dos temas religiosos e das cenas mitológicas.
A arte barroca trabalhava o arranjo dos elementos dos quadros, que quase sempre formavam uma combinação diagonal. As cenas representadas eram envoltas em definida oposição do claro-escuro, contavam com a força das cores quentes, da gradação da claridade, todos esses elementos reforçavam a expressão de sentimento das obras que quase falavam aos seus interlocutores. O tema da pintura barroca foi sempre realista, mas a realidade que servia de ponto de partida para o pintor não era só a da nobreza, do clero e da burguesia, mas também a realidade da vida simples dos trabalhadores, camponeses.
Para o artista barroco, a harmonia da obra esteve sempre em comunhão com tudo que estava ali expresso na sua produção. O conjunto harmonioso da obra era o essencial. A harmonia individual da obra era deixada em segundo plano. Existe, nesse sentido, a explicação da valorização da unidade que está ligada à arquitetura, esculturas e pintura. O ideal das construções Barrocas passou a ser o da união desses elementos, que passaram a dialogar harmonicamente para o bem da obra.
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