O ABSOLUTISMO NA INGLATERRA
Para alguns historiadores, como o inglês Christopher Hill, a monarquia na Inglaterra teria se desenvolvido de maneira particular. A razão para tal fato estaria na existência da Magna Carta (1215) e da instituição que esse documento originou: o Parlamento inglês. Apesar de pouco poder entre os séculos XIII e XVI, quando raramente fora evocado, o documento representava certa restrição ao poderio dos monarcas ingleses. A ascensão dos Tudor, após sucessivos conflitos – como as Guerras dos Cem anos e das Duas Rosas –, intensificou o processo de uni cação inglesa. Foi com Henrique VIII, no século XVI, que a resistência à centralização foi vencida e o poder real se consolidou.
Para isso, o rei Tudor reprimiu violentamente a oposição e eliminou a influência da Igreja Católica com a criação da Igreja Anglicana (1534). A Reforma Protestante na Inglaterra, além de estabelecer o rei como chefe supremo da nova Igreja, permitiu o enriquecimento do Estado por meio do confisco de terras e bens do clero católico. Uma vez mais, percebe-se a confluência entre o delineamento do Estado nacional, estabilidade interna (eliminação da oposição social, política e religiosa) e externa (envolvimento em conflitos bélicos) para o pleno desenvolvimento do absolutismo.
Após a morte de Henrique VIII, a Inglaterra passou por um período de instabilidade. Seu sucessor, Eduardo VI, teve um curto reinado, morrendo aos quinze anos, ascendendo ao trono então a rainha Maria. A monarca, casada com o rei católico Felipe II da Espanha, restaurou o catolicismo no país, instaurando, por conta disso, a perseguição a anglicanos e a calvinistas, o que lhe rendeu o título de Bloody Mary (Maria, a Sanguinária). Após a sua morte, subiu ao trono sua meia-irmã, a rainha Elizabeth I.
O reinado de Elizabeth foi caracterizado por uma agressiva política mercantilista. Os esforços se concentraram na criação de companhias de comércio, no apoio à pirataria e ao desenvolvimento da Marinha inglesa. Além da força comercial, a Marinha de guerra se fortaleceu, culminando na vitória sobre a Invencível Armada Espanhola em 1588.
O reinado de Elizabeth foi caracterizado por uma agressiva política mercantilista. Os esforços se concentraram na criação de companhias de comércio, no apoio à pirataria e ao desenvolvimento da Marinha inglesa. Além da força comercial, a Marinha de guerra se fortaleceu, culminando na vitória sobre a Invencível Armada Espanhola em 1588.
No plano religioso, a rainha anulou as medidas de sua antecessora e fortaleceu a Igreja Anglicana. Após sua morte, sem que Elizabeth tenha deixado herdeiros, a dinastia Tudor chegava ao fim. Completa-se, assim, um período de aprofundamento da estrutura estatal inglesa, não apenas no que se refere à política, que ganhou formato absolutista, mas também no que se refere às bases econômicas. Isso foi possível pelo fato de que um governo absolutista é um governo interventor, com condições necessárias para dirigir a economia segundo os interesses dominantes. Somados tais aspectos, estava tecido o arcabouço necessário para tornar a nação inglesa progressivamente uma potência.
A consolidação do poder nas mãos dos reis espanhóis só foi possível após o movimento de Reconquista, processo pelo qual foram expulsos os mouros da Península Ibérica. Nesse contexto, a atuação da Inquisição, sob controle dos reis espanhóis, foi fundamental para o fortalecimento do poder monárquico. A perseguição aos judeus também fez parte desse processo, mostrando a íntima ligação entre a monarquia espanhola e a religião católica. No século XVI, a riqueza em metais preciosos proveniente das possessões americanas fez da Espanha o maior império do continente, dominando regiões na América, na Ásia e na própria Europa durante os reinados de Carlos V e Felipe II.
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