HISTÓRIA DA LITERATURA
Séculos VIII a.C. a II a.C.
As primeiras obras da História que se tem informação são os dois poemas atribuídos a Homero: Ilíada e Odisseia. Os dois poemas narram as aventuras do herói Ulisses e a Guerra de Tróia. Na Grécia Antiga os principais poetas foram: Píndaro, Safo e Anacreonte. Esopo fica conhecido por suas fábulas e Heródoto, o primeiro historiador, por ter escrito a história da Grécia em seu tempo e dos países que visitou, entre eles o Egito Antigo.
Séculos I a.C. a II d.C.: A literatura na História de Roma Antiga
Vários estilos que se praticam até hoje, como a sátira, são originários da civilização romana. Entre os escritores romanos do século I a.C. podemos destacar: Lucrécio (A Natureza das Coisas); Catulo e Cícero. Na época de 44 a.C. a 18 d.C., durante o império de Augusto, corresponde uma intensa produção tanto em poesia lírica, com Horácio e Ovídio, quanto em poesia épica, com Virgílio autor de Eneida. A partir do ano 18, tem início o declínio da História do Império Romano, com as invasões germânicas. Neste período destacam-se os poetas Sêneca, Petrônio e Apuleio.
Séculos III a X
Após a invasão dos bárbaros germânicos (séculos IV e V), a Europa se isola, forma-se o feudalismo e a Igreja Católica começa a controlar a produção cultural. A língua (latim) e a civilização latina são preservadas pelos monges nos mosteiros. A partir do século X começam a surgir poemas, principalmente narrando guerras e fatos de heroísmo.
Século XI: As Canções de Gesta e as Lendas Arturianas
É a época das Canções de Gesta, narrativas anônimas, de tradição oral, que contam aventuras de guerra vividas nos séculos VIII e IX, o período do Império Carolíngio. A mais conhecida é a Chanson de Roland (Canção de Rolando) surgida em 1100. Quanto à prosa desenvolvida na Idade Média, destacam-se as novelas de cavalaria, como as que contam as aventuras em busca do Santo Graal (Cálice Sagrado) e as lendas do rei Artur e dos Cavaleiros da Távola Redonda.
Séculos XII a XIV: O trovadorismo e as cantigas de escárnio e maldizer
É o período histórico do trovadorismo e das poesias líricas palacianas. O amor impossível e platônico transforma o trovador num vassalo da mulher amada, exemplo do amor cortês. Neste período, também foi comum o poema satírico, representado pelas cantigas de escárnio (crítica indireta) e de maldizer (crítica direta).
Séculos XIV ao XVI: Humanismo
O homem passa a ser mais valorizado com o início do humanismo renascentista. A literatura mantém características religiosas, mas nela já se podem ver características que serão desenvolvidas no Renascimento, como a retomada de ideais da cultura greco-romana. Na Itália, podemos destacar: Dante Alighieri autor da Divina Comédia, Giovanni Bocaccio e Francesco Petrarca. Em Portugal, destaca-se o teatro do poeta de Gil Vicente autor de A Farsa de Inês Pereira.
Século XVI: O classicismo na História
O classicismo tem como elemento principal o resgate de formas e valores da cultura clássica, ou seja, greco-romana. O mais importante poeta deste período histórico foi Luís de Camões que escreveu Os Lusíadas, narrando as aventuras marítimas da época dos descobrimentos.
Destacam-se também os franceses François Rabelais e Michel de Montaigne. Na Inglaterra, o poeta de maior sucesso foi William Shakespeare se destaca na poesia lírica e no teatro. Na Espanha, Miguel de Cervantes faz uma sátira bem-humorada das novelas de cavalaria e cria o personagem Dom Quixote e seu escudeiro, Sancho Pança, na famosa obra Dom Quixote de La Mancha.
Século XVII
As ideias da Contrarreforma marcaram profundamente esta época, principalmente nos países de tradição católica mais forte como, por exemplo, Espanha, Itália e Portugal. Na França, a oratória sacra é representada por Jacques Bossuet que defendia a origem divina dos reis. Na Espanha, destacam-se os poetas Luís de Gôngora, Lope de Vega e Francisco de Quevedo. Na Inglaterra, marca significativamente a poesia de John Donne e John Milton, autor de O Paraíso Perdido.
Na dramaturgia podemos destacar as obras teatrais do escritor e dramaturgo francês Molière. Molière, através da sátira, denunciou de forma realista os grandes defeitos do comportamento humano, principalmente de burgueses e religiosos. Entre suas principais obras, podemos destacar: "Tartufo", "O Avarento" e "O burguês fidalgo". Outro importante representante da dramaturgia francesa foi Pierre Corneille, autor de O Cid (1637).
Século XVIII: O Neoclassicismo
Época da valorização da razão e da ciência para se chegar ao conhecimento humano. Os filósofos iluministas fizeram duras críticas ao absolutismo. Na França, podemos citar os filósofos Montesquieu, Voltaire, Denis Diderot e D'Alembert, os organizadores da Enciclopédia, e Jean-Jacques Rousseau. Na Inglaterra, os poetas Alexander Pope, John Dryden, William Blake. Na prosa pode-se observar o pleno crescimento do romance.
Obras e autores deste período da História: Daniel Defoe autor de Robinson Crusoe; Jonathan Swift (As Viagens de Gulliver); Samuel Richardson (Pamela); Henry Fielding (Tom Jones); Laurence Sterne (Tristram Shandy). Nessa época, os contos de As Mil e Uma Noites aparecem na Europa em suas primeiras traduções.
Século XIX (primeira metade): O Romantismo
No Romantismo há uma valorização da liberdade de criação. A fantasia e o sentimento são muito valorizados, o que permite o surgimento de obras de grande subjetivismo. Há também valorização dos aspectos ligados ao nacionalismo.
Escritores principais desta época: Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Camilo Castelo Branco, Giacomo Leopardi, James Fenimore Cooper, Alexandre Dumas (pai) e Edgard Allan Poe.
Século XIX (segunda metade): O Realismo
Movimento que mostra de forma crítica a realidade do mundo capitalista e suas contradições. O ser humano é retratado em suas qualidades e defeitos, muitas vezes vítimas de um sistema difícil de vencer.
Principais representantes: Gustave Flaubert autor de Madame Bovary, Charles Dickens (Oliver Twist e David Copperfield), Charlotte Brontë (Jane Eyre), Emily Brontë (O Morro dos Ventos Uivantes), Fiodor Dostoievski, Leon Tolstói, Eça de Queiroz, Cesário Verde, Antero de Quental e Émile Zola, Eugênio de Castro, Camilo Pessanha, Arthur Rimbaud, Charles Baudelaire.
Décadas de 1910 a 1930: fugindo do tradicional
Os escritores deste momento da História vão negar e evitar os tipos formais e tradicionais. É uma época de revolução e busca de novos caminhos e novos formatos literários.
Principais escritores deste período: Ernest Hemingway, Gertrude Stein, William Faulkner. S. Eliot, Virginia Woolf, James Joyce, Mário de Sá-Carneiro, Fernando Pessoa, Cesar Vallejo, Pablo Neruda, Franz Kafka, Marcel Proust, Vladimir Maiakovski.
Década 1940: a fase pessimista
O pessimismo e o medo, gerados pela Segunda Guerra Mundial, vão influenciar este período. O existencialismo de Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir e Albert Camus vão influenciar os autores desta época. Na Inglaterra, George Orwell faz uma amarga e triste profecia do futuro na obra 1984.
Década de 1950: crítica ao consumismo
As obras desta época da História criticam os valores tradicionais e o consumismo exagerado imposto pelo capitalismo, principalmente norte-americano. O poeta Allen Ginsberg e o romancista Jack Kerouac são seus principais representantes. Henry Miller choca a crítica com sua apologia da liberdade sexual na obra Sexus, Plexus, Nexus. Na Rússia, Vladimir Nabokov faz sucesso com o romance Lolita.
Décadas de 1960 e 1970
Surge o realismo fantástico, como na ficção dos argentinos Jorge Luis Borges e Julio Cortázar. Na obra do colombiano Gabriel Garcia Márquez, Cem Anos de Solidão, se misturam o realismo fantástico e o romance de caráter épico. São épicos também alguns dos livros da chilena Isabel Allende autora de A Casa dos Espíritos. No Peru, Mario Vargas Llosa é o romancista que ganha prestígio internacional. No México destacam-se Juan Rulfo e Carlos Fuentes, no romance, e Octavio Paz, na poesia.
A literatura muda o foco do interesse pelas relações entre o homem e o mundo para uma crítica da natureza da própria ficção. Um dos mais importantes escritores a incorporar essa nova concepção é o italiano Ítalo Calvino.
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