RÚSSIA: GUERRA CIVIL


RÚSSIA: GUERRA CIVIL
Apesar do grande apelo popular, a implantação do socialismo não agradou a todas as classes sociais do país. Assim, entre 1918 e 1921, foi travada uma Guerra Civil que colocou, de um lado, o Exército Vermelho, formado pelos Bolcheviques revolucionários, e, do outro, o Exército Branco, formado pelos contrarrevolucionários – compostos de Mencheviques, da burguesia e da nobreza russas – e apoiado pelas grandes potências capitalistas.
Mesmo com a ajuda estrangeira, os Brancos não conseguiram vencer a guerra, até porque a ajuda foi limitada – devemos lembrar que os países capitalistas haviam acabado de sair da Primeira Guerra, permanecendo, ainda, o medo de que seus soldados simpatizassem com ideias revolucionárias. Além disso, uma das e cientes estratégias usadas pelos Vermelhos para vencer o conflito foi o comunismo de guerra: os Bolcheviques aboliram os salários e confiscaram grande parte da produção agrícola que era distribuída à população pelo governo, sob o argumento de que aquele sacrifício seria recompensado pela vitória na guerra.
Ao final da Guerra Civil, com a vitória dos Ver melhos, o país estava arrasado economicamente e, para recuperar a economia russa, Lênin implantou um misto de socialismo e capitalismo que ficou conhecido como NEP – Nova Política Econômica. Houve o restabelecimento dos salários, a contratação de técnicos estrangeiros e a permissão para a existência de empresas privadas, fortalecendo os Kulacs (médios proprietários agrícolas). Ficou famosa a frase de Lênin para justificar as reformas implementadas pela NEP; de acordo com o líder dos Bolcheviques, era necessário “dar um passo atrás para dar dois à frente“.
Apesar da permissão concedida a algumas propriedades privadas para que fossem mantidas, é válido ressaltar que os setores estratégicos da economia continuaram nas mãos do governo. Tal esforço era justificável pois o objetivo da NEP era recuperar a economia a partir de investimentos externos para depois reforçar o socialismo. De fato, tal como previa o líder dos Bolcheviques, com a adoção de tais medidas, houve a recuperação da economia russa. Porém, em 1924, antes que a recuperação econômica estivesse consolidada, Lênin faleceu.
Com a morte de Lênin, que conseguiu agregar várias nações na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), teve início uma disputa pelo poder entre Stálin e Trotsky, que tinham projetos políticos distintos. O primeiro, secretário-geral do Partido Comunista, defendia o socialismo em um só país, ou seja, pretendia consolidar o socialismo na URSS para depois estudar sua expansão. Já o segundo, que era criador e comandante do Exército Vermelho, defendia a expansão imediata do socialismo.
Para Trotsky, ou o socialismo era levado a todos os cantos do planeta ou as potências capitalistas se uniriam e acabariam com ele. Stálin venceu a luta pelo poder, uma vez que suas ideias representavam a paz; já as ideias de Trotsky representavam a continuação da guerra para o povo. Buscando eliminar a resistência ao seu governo, Stálin expulsou Trotsky do Partido, depois, do país e, em 1940, mandou um agente da KGB, o serviço secreto soviético, assassiná-lo no México, onde se encontrava exilado. Com a vitória de Stálin, iniciou-se o período conhecido como stalinismo.

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