OS MODELOS DE COLÔNIAS NA AMÉRICA
INGLESA
COLÔNIAS DO SUL
Maryland, Virgínia, Carolina do
Sul, Carolina do Norte e Geórgia
Apresentando condições climáticas
propícias para o cultivo de produtos que atenderiam o mercado externo, as
colônias do Sul foram ocupadas a partir da região da Virgínia, com a fundação
de Jamestown em 1607. Apesar de utilizar a servidão por contrato nos primeiros
anos de ocupação – predominante até 1670 –, a região caracterizou-se pelo
trabalho escravo africano, utilizado nas fazendas que cultivavam tabaco, arroz,
algodão e anileira.
A existência desse modelo
econômico acabou por constituir uma aristocracia latifundiária que detinha o
controle das relações sociais vigentes. As colônias do Sul que apresentavam
grande progresso econômico foram convertidas em colônias reais, visto que
atendiam aos interesses mercantilistas da metrópole. Enquadram-se nessa
situação as colônias da Virgínia e da Geórgia, transformadas em colônias reais
em 1624 e em 1752, respectivamente.
COLÔNIAS DO CENTRO
Nova Iorque, Pensilvânia, Nova
Jérsei e Delaware
Localizadas entre as principais áreas de
colonização, as colônias centrais foram as últimas áreas ocupadas pelos colonos
ingleses. Possuidoras de férteis planícies e com uma pluviosidade regular, a
região era favorável às atividades agrícolas, predominando a pequena
propriedade.
A presença de refugiados
religiosos, como puritanos e quakers, marcou o grupo social presente nesse
território. A ocupação inglesa nessas áreas foi curiosamente posterior à
presença de outras nacionalidades que ali tentaram progredir. É o caso da
região de Nova Iorque, originalmente fundada pelos holandeses, e da região de
Delaware, ocupada no início do século XVII pelos suecos.
Economicamente, o território
caracterizou-se pelo desenvolvimento de manufaturas, apesar das restrições
impostas pela metrópole, e pelas atividades navais, responsáveis por um intenso
comércio com outras áreas coloniais. Comercializava-se o excedente da produção
agrícola de milho, trigo, centeio e aveia. A criação de ovelhas, carneiros e
touros garantia a subsistência e o fornecimento de matéria- prima.
COLÔNIAS DO NORTE
Massachusetts, New Hampshire, Rhode Island e
Connecticut
Comumente conhecida como região
da Nova Inglaterra, as colônias do Norte foram notadamente marcadas pela
presença dos refugiados religiosos puritanos, que buscavam um espaço para o
desenvolvimento de sua fé sem os empecilhos vigentes na Inglaterra. Esse
cenário foi reflexo da atitude dos ocupantes do navio Mayflower, que fundaram a
colônia de New Plymouth no início do século XVII, irradiando, a partir de
Massachusetts, a ocupação da região.
As outras três colônias (New
Hampshire, Rhode Island e Connecticut) foram ocupadas ainda na primeira metade
do século XVII, em grande parte por fugirem do radicalismo religioso puritano,
que vigorava na região de Massachusetts. A atividade econômica desenvolvida
nessa faixa de ocupação atendia notadamente aos interesses dos grupos locais,
em detrimento das pretensões econômicas existentes na metrópole.
A agricultura, basicamente de
subsistência por conta da precariedade do clima e do solo, convivia com o
intenso comércio interno e externo. A venda de peixes e peles garantia o lucro
da classe mercantil, que se multiplicava nos núcleos urbanos da região. A atividade
manufatureira era intensa, facilitada pela abundante mão de obra e pela
disponibilidade de matéria-prima. A excelência comercial da Nova Inglaterra,
por sua vez, se concretizou por meio do chamado comércio triangular.
Apesar de suas inúmeras variantes,
o comércio triangular foi marcado pelas atividades que integravam as regiões da
Nova Inglaterra, Antilhas e África. Por meio desse comércio, produziam-se peixe
salgado, madeira e cereais, que eram enviados às Antilhas e trocados por rum e
melaço. Os colonos ingleses retornavam ao Norte e produziam mais rum com a
matéria-prima obtida, trocando a bebida por cativos da região da África.
Com os navios repletos de
escravos, os colonos retornavam às Antilhas ou às colônias do Sul, bons
mercados para a mão de obra negra obtida com o comércio triangular. Essa
excessiva liberdade comercial e manufatureira foi importante tema, desde o
século XVII, das discussões nos centros de poder da metrópole. Porém, as várias
leis restritivas impostas pela Inglaterra foram negligenciadas, garantindo o
enriquecimento dos comerciantes das colônias do Norte.
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