HISTÓRIA DA DANÇA


HISTÓRIA DA DANÇA
A dança nasceu com os primeiros seres humanos.
Através do movimento do corpo, da batida do coração, do caminhar, os seres humanos criaram a dança como forma de expressão.
Por meio das pinturas encontradas nas cavernas, sabemos que homens e mulheres já dançavam desde a pré-história.
A dança é uma expressão artística que usa o corpo como instrumento. Assim como o pintor utiliza pincéis e tela para criar seus quadros, o bailarino serve-se do corpo.
Presente em todos os povos e culturas, a dança pode ser executada em grupo, duplas ou solos. Pela dança se expressa a alegria, a tristeza, o amor e todos os sentimentos humanos.
A origem e evolução da dança
Dança Primitiva
Chamamos dança primitiva aquela que surge de maneira espontânea e é praticada por uma comunidade. Geralmente, é uma dança usada para celebrar um ritual específico como as colheitas ou a chegada de uma estação do ano.
Nas culturas indígenas, a dança é usada em festas ou a fim de se preparar para a guerra. Também é utilizada nos rituais de passagem, como o início da vida adulta.
Danças milenares
Nas civilizações antigas, como a egípcia ou a mesopotâmica, a dança tinha um caráter sagrado, sendo mais uma forma de honrar os deuses. Esse tipo de dança sobrevive até hoje em países como Índia e Japão.
Na Grécia antiga, a dança também tinha um caráter ritual, sendo usada nos cultos aos deuses. Uma das danças mais descritas na Antiguidade era aquela que se usava para as festas do Minotauro ou do deus do vinho, Baco.
Dança na Europa Ocidental
Com a expansão do cristianismo na Europa, a dança perde seu caráter sagrado. A moral do cristianismo colocava o corpo como fonte do pecado e, assim, precisava ser controlado.

Por isso, ao contrário das outras artes, a dança não entra nas igrejas e se restringe às festas populares e às celebrações nos castelos. Basicamente, podemos diferenciar dois tipos de dançar na Idade Média: em pares, em roda ou formando cadeias.
Será este tipo de baile que dará origem às danças cortesãs e mais tarde, ao balé, como o entendemos hoje.
Dança no Renascimento (sécs. XVI e XVII)
A dança no renascimento começa a ganhar status de arte, com manuais, professores especializados e, sobretudo, pessoas que se dedicam a estudá-la.
Foi na Itália que a palavra “balleto” surgiu. Através do casamento da princesa florentina Maria de Médici com o rei da França, Henrique IV (1553-1610), este tipo de dança chegou à França. Maria de Médici (1575-1642) introduziu o “balleto” na corte francesa. Ali, a palavra se transformaria em balé e ganharia destaque como arte digna a ser praticada pela corte.
Posteriormente, na corte do rei Luís XIV (1638-1715), começavam os primeiros balés dramatizados, com coreografia, figurinos e que narravam uma história com início, meio e fim. É importante destacar que este rei usou o balé para afirmar sua figura de monarca absolutista.
Na corte do Rei-Sol, destaca-se o compositor Jean-Baptiste Lully (1632-1687), que escreveu música para as coreografias e diretor da Academia Real de Música.
Saber dançar torna-se fundamental na educação dos nobres. As danças mais conhecidas eram o minueto, a gavote, a zarabanda, a allamande e a giga.
No final do século XVIII, na Áustria e no Império Alemão, surge a valsa. Inicialmente, a dança causa escândalo, pois é a primeira vez que os casais dançam abraçados e de frente para o outro. Este ritmo vai se espalhar por toda Europa e chega ao Brasil com a vinda da corte portuguesa.
Até hoje, a valsa está presente nos bailes de debutantes e casamentos.
Dança no Romantismo (séc. XIX)
No século XIX, com o surgimento do movimento artístico romântico, o balé se consolida como forma de expressão artística.
Com a ascensão da burguesia e a construção dos grandes teatros, o balé deixa os salões dos palácios, para se tornar um espetáculo. Também na ópera, outra manifestação artística de peso nesta época, era praticamente obrigatório incluir um número de dança.
No entanto, será na corte russa que o balé alcançará o auge da criação artística. O compositor Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893), autor de obras como “O Lago dos Cisnes” e “O Quebra-nozes”, marcou a criação dos balés românticos.
Balé clássico
No final do século XIX, as antigas colônias americanas começam a criar sua própria reinterpretação da música e da dança europeias. Desta maneira, surge o canto gospel, nos Estados Unidos; o choro e o samba, no Brasil; e o tango, na Argentina e no Uruguai.
Dança Moderna (séc. XX)
A dança moderna será a ruptura do balé clássico promovida na virada do século XIX para o XX.
Com o crescimento das cidades e da expansão das indústrias, parte da sociedade já não se identificava com aquele tipo de espetáculo do balé clássico. Surgem nomes como Isadora Duncan (1878-1927), uma das primeiras a romper com os movimentos rígidos, o figurino de tutus, e os cenários grandiosos.
Isadora Duncan preferia roupas simples, dispensava cenários e dançava descalça. Sua obra abriu várias possibilidades para novas linguagens na dança contemporânea.
Dança Contemporânea (sécs. XX e XXI)
Denomina-se dança contemporânea toda aquela criada a partida da década de 60, do século XX.
Continuando as experimentações da dança moderna, os criadores contemporâneos misturam teatro e dança, acabam com a figura do solista, e proporcionam maior igualdade entre o homem e a mulher no palco.
Há grupos que, inclusive, chegam a dispensar a música em suas coreografias. A busca de novas linguagens é fundamental para a dança contemporânea.


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