A coroação de Napoleão Bonaparte foi um dos eventos mais interessantes de toda a Era Napoleônica (1799-1815), pois nele o recém-intitulado imperador francês reatava os laços políticos e diplomáticos com a Igreja Católica, após a ruptura ocorrida com a Revolução Francesa, entre 1789 e 1799.
A cerimônia de coroação foi realizada na catedral de Notre-Dame, em 1804, e teve um fato inusitado para os rituais de coroação existentes na Europa. Napoleão havia convidado para a cerimônia o papa Pio VII, como indicação da reaproximação da França com a Igreja Católica. A saída de Pio VII de Roma a Paris já era um grande feito diplomático de Bonaparte.
De acordo com os rituais de coroação, o imperador ajoelhava-se frente ao representante da Igreja, que colocava em sua cabeça a coroa, demonstrando assim a superioridade do poder religioso sobre o poder temporal dos homens.
Porém, ao invés de Napoleão Bonaparte se ajoelhar frente ao papa, o imperador francês alterou o ritual. Primeiramente, ele corou sua esposa, a Imperatriz Josefina. Depois, Napoleão tomou a coroa em suas mãos e colocou em sua própria cabeça. Perplexos, os presentes à cerimônia viram o novo imperador deixar o papa Pio VII como um mero espectador.
Napoleão pretendia, dessa forma, apresentar simbolicamente seu poder como superior ao poder religioso da Igreja Católica. A atitude mostrava também o tipo de personalidade de Napoleão Bonaparte, que pretendia se colocar como um dos grandes nomes da história mundial.
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