O GOVERNO CONSTITUCIONAL DE
VARGAS
Após a
Revolução Constitucionalista de 1932, arquitetada isoladamente pelos paulistas
para reivindicar a quebra constitucional de Getúlio Vargas na presidência, é
criada uma nova Constituição em 16 de julho de 1934, que permitiu grandes
avanços democráticos como o voto secreto, o voto feminino e a obrigatoriedade
do ensino primário. Getúlio Vargas também usou a nova Constituição para se
reeleger na presidência; segundo o documento, o próximo presidente seria eleito
em votação da Assembleia Constituinte, da qual ele saíra vitorioso (1934 – 1937
– “Governo Constitucional“).
Neste
momento duas vertentes ideológicas radicais começaram a florescer:
Ação Integralista Brasileira (AIB): tinha
caráter fascista, a exemplo dos líderes Benito Mussolini, da Itália, e Adolf
Hitler, da Alemanha. Representava a extrema-direita e defendia uma intervenção
maior do Estado na economia brasileira e a supressão dos direitos individuais,
com a intenção de centralizar o poder nas mãos do Executivo.
Aliança Nacional Libertadora (ANL): tinha
como base ideológica o socialismo disseminado pela Revolução de 1917, na União
Soviética, e representava a extrema-esquerda. Defendia a reforma agrária no
país, a revolução marxista do proletariado em prol do comunismo e a queda do
sistema imperialista.
Getúlio Vargas, que havia se
apoiado na Aliança Libertadora para tomar o poder das mãos de Júlio Prestes,
não simpatizava mais com seus ideais e decretou sua ilegalidade, pois era
contra o comunismo e as reformas sociais que eles pregavam para o Brasil.
Na
tentativa de tomar o poder de Getúlio Vargas, que estava inclinado aos ideais
de direita, a ANL articulou um golpe em 1935 e montou a Intentona Comunista,
que tinha adeptos nas cidades de Natal, Rio de Janeiro e Recife. Sem grandes
forças para enfrentar o governo, Getúlio Vargas conseguiu conter facilmente a
influência da ANL, que tinha como líderes o casal Luiz Carlos Prestes e Olga
Prestes, que acabou sendo morta em um campo de concentração.
Entretanto,
os membros do AIB queriam cessar de vez a ‘ameaça comunista’ que pairava no
Brasil. Para convencer Getúlio Vargas a evitar manifestações políticas dos
comunistas, os integralistas alegam que a ANL está se fortalecendo secretamente
com influência direta dos soviéticos e acusa-os de articular um golpe mais
efetivo e articulado do que a Intentona Comunista de 1935.
As
instituições tradicionais de direita, como o Exército, o empresariado e os
cafeicultores, apoiaram o fortalecimento do Poder Executivo, com medo de que
mais revoltas fossem incitadas e, consequentemente, seus empregados revogassem
mais direitos trabalhistas.
Com apoio
das classes dominantes do país, Getúlio Vargas quebra novamente a Constituição
e declara “estado de sítio”, através do Plano Cohen arquitetado
pelos integralistas de direita. Para conter a ameaça comunista, o presidente
instaura a ditadura do Estado Novo em 1937, centralizando o Poder
Executivo nas mãos da presidência.
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