O tenentismo e a Coluna Prestes
A partir da década de 1920, um movimento de
caráter político-militar começou a se organizar no interior dos exércitos do
Brasil. Jovens militares que ocupavam as patentes de oficial, tenente e capitão
começaram a expressar o seu descontentamento frente aos desmandos do governo
das oligarquias. Representando em parte os anseios dos setores médios da
população brasileira, esses militares pregavam a moralização e o fim da
corrupção no âmbito das práticas políticas da nação.
Entre outros
pontos, os tenentes defendiam a instauração do voto secreto e o fim da
corrupção eleitoral. Em certa medida, eram defensores de um regime político
calcado na ordem democrática e liberal. No entanto, parte desses oficiais do
Exército também via que a situação de urgência do país buscava a constituição
de um governo forte e centralizado. Uma das primeiras revoltas organizadas por
esses militares começou a se organizar no ano de 1921, realizando oposição ao
processo eleitoral da época. Os oficias eram contrários à eleição de Arthur
Bernardes, que viria a se tornar presidente. Visando repreender as críticas
desses oficiais ao novo governo, Arthur Bernardes ordenou o fechamento do Clube
Militar. Inconformados com o decreto autoritário, uma guarnição do forte de
Copacabana bombardeou a cidade e exigiu a renúncia do novo presidente.
A rebelião motivou
uma violenta reação do governo que acabou desarticulando a maioria de seus
participantes. Apenas um pequeno grupo, noticiado pelos jornais da época como
“Os Dezoito do Forte”, resistiram às forças oficiais saindo em marcha pelo
litoral carioca. As tropas fiéis ao presidente saíram à procura desse grupo
resistente, executando a maioria dos envolvidos. O evento acabou
potencializando a ocorrência de novas rebeliões militares.
Na data de 5 de julho de 1924, um novo grupo
de tenentes paulistas tomaram das armas para enfrentar o governo. Ao longo de
quase um mês, o grupo comandado pelo general Isidoro Dias Lopes entrou em
confronto com as tropas governamentais. Em pouco tempo, novos levantes
tenentistas viriam a se espalhar por outros cantos do Brasil. Uma parte dos
militares envolvidos no levante em São Paulo, se refugiaram em Foz do Iguaçu,
onde se encontraram com um grupo de tentes gaúchos.
A união desses
militares possibilitou a formação da chamada Coluna Prestes. Esse grupo
de guerrilheiros, de origem militar e civil, era liderado por Luís Carlos
Prestes pregando mudanças por todo o território brasileiro. Ao longo de
três anos, os participantes da Coluna Prestes percorreram mais de 24 mil
quilômetros fugindo da perseguição dos oficias legalistas e convocando outras
pessoas a fazer parte do movimento.
A falta de apelo popular de seus líderes
acabou enfraquecendo o movimento, que se dissipou na Bolívia, no ano de 1927.
Os participantes do movimento encerraram a sua luta. Alguns dos integrantes,
entre eles Luís Carlos Prestes, resolveram militar pelas vias partidárias ao se
aproximar do Partido Comunista do Brasil. Mesmo não obtendo resultados concretos,
o tenentismo dava sinais de desgaste sofrido pelas teias de dominação
estabelecidas pelo regime das oligarquias.
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