1930
A 1934: O GOVERNO PROVISÓRIO DE VARGAS
Sendo
reforçado por um amplo conjunto de forças, o primeiro mandato de Getúlio Vargas
como presidente teve a presença de vários grupos aliados. Classes médias, a
burguesia urbana, as oligarquias dissidentes, banqueiros, industriais e
militares formavam outra configuração política. Nesse quadro, as antigas
oligarquias não tinham seu poder completamente expurgado, mas agora teriam que
dividi-lo junto ao interesse desses novos nichos.
Logo que
impôs a dissolução da Constituição de 1891, Vargas compôs um ministério repleto
de representantes políticos gaúchos e mineiros.
Além disso,
colocou diversos militares para controlarem os governos estaduais na qualidade
de interventores. Desprovidos de um projeto político mais exato, os militares
logo seriam hostilizados em sua presença na política. Com o passar do tempo,
muitos deles seguiram para outras tendências de extrema esquerda (comunismo) e
direita (totalitarismo).
No plano
econômico, o governo de Vargas provou mais uma vez seu aspecto continuísta ao
controlar a produção cafeeira através do Conselho Nacional do Café. Adquirindo
a produção dos cafeicultores, Vargas esperava regular a valorização do produto
no mercado externo. Na indústria, o país apostava no investimento em áreas que
se mostravam atrativas mediante a retração econômica de alguns exportadores.
Com isso, inaugurava-se um modelo industrial baseado na substituição de
importações.
Como
presidente, Vargas criou o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio,
para satisfazer a elite industrial que crescia exponencialmente, e o Ministério
da Educação e Saúde, além de diminuir a autonomia dos governadores
de estados para elevar seu poder intervencionista.
Mas o
grande trunfo de Vargas em seu primeiro mandato foi à atenção dada aos
trabalhadores. O presidente sabia que greves e revoltas trabalhistas poderiam
dar margem para que o ideal do comunismo, fortemente disseminado após a
Revolução de 1917 na União Soviética, criasse vigor. O Partido Comunista
Brasileiro (PCB), nesta época, foi colocado na ilegalidade.
Para
atender os trabalhadores, Getúlio Vargas criou a Lei da Sindicalização,
que permitiu avanços na legislação trabalhista. Ele criou o registro CLT,
a carga horária de trabalho, o direito às férias remuneradas, descanso no
domingo, licença-maternidade e proibição do emprego a menores de 14 anos.
Em 1931, Getúlio Vargas derruba a
Constituição vigente, desencadeando em revoltas no estado de São Paulo. Eles
alegavam que Vargas estava centralizando o poder e diminuindo a autonomia dos
estados. Os paulistas planejaram uma rebelião armada para defender os direitos
constitucionais, mas, nessa investida, quatro jovens soldados são assassinados
em 23 de maio de 1932.
No dia 9 de julho, a sociedade
paulista se une de forma isolada para lutar na Revolta Constitucionalista,
apesar das fracassadas tentativas de buscar apoio de outros estados.
Enfraquecidos diante do cerco armado pelo governo de Getúlio, os paulistas se
entregam em outubro do mesmo ano.
Apesar de derrotar os paulistas, Getúlio
Vargas atende às reivindicações e cria uma nova Constituição em 16 de julho de
1934, permitindo o voto secreto, o voto feminino e exigindo a formação básica
do cidadão com o ensino primário.
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