A revolução chinesa
No século
XIX, a China sofria com a exploração e a dominação das grandes nações
européias. Neste contexto, o Reino Unido, grande potência imperialista, se
destacava por interferir diretamente tanto nos assuntos políticos quanto nos
culturais: os imperadores da Dinastia Manchu haviam perdido sua autonomia e
resignavam-se às vontades européias.
Além da
situação de dominação estrangeira, outro fator causava insatisfação e
dificultava o desenvolvimento do país: alguns poucos proprietários rurais
detinham a posse das terras produtivas chinesas, a agricultura vivia num regime
quase que feudal. O crescente descontentamento com tal condição acabou
deflagrando um movimento popular conhecido como Guerra dos Boxers entre os anos
de 1898 e 1900. Por seu cunho nacionalista, a revolta foi duramente coibida
pela ação de tropas estrangeiras. Os rebeldes defendiam a necessidade de se
resistir aos condicionamentos ocidentais e cristãos que, segundo eles, eram
responsáveis pela situação de miséria em que se encontrava boa parte da
população chinesa.
Sun
Yat-sen, médico, político e estadista chinês, foi o responsável pela fundação
do Kuomintang (Partido Nacionalista), facção que tinha como objetivo maior
combater o domínio europeu e a monarquia. Em 1911, ele assumiu o posto de primeiro
presidente da República Chinesa. Apesar de ter contado com o apoio da maioria
dos militares do país, sua administração teve que enfrentar a oposição de
diversas regiões que, comandadas por grandes proprietários rurais, recusavam-se
a aceitar o novo governo. Tal recusa fez com que a China enfrentasse uma longa
e inquietante guerra civil por vários anos.
Com a morte de Sun
Yat-sen no ano de 1925, uma disputa política foi travada até que o Kuomintang
se uniu ao Partido Comunista Chinês. Posteriormente, em 1927, o general Chiang
Kai-shek tomou o poder e liderou as tropas chinesas, combatendo opositores da
República como os grandes proprietários de terras e os dissidentes comunistas.
Durante a Segunda
Guerra Mundial (1939 – 1945) o conflito entre comunistas e nacionalistas ficou
suspenso, pois as duas partes precisaram se aliar no combate ao Japão, que
almejava dominar a China. Logo que terminou a Grande Guerra, os nacionalistas
reiniciaram a perseguição aos comunistas liderados por Mao Tse-tung,
voltando à disputa bélica.
Posteriormente, em 1949, o país viveu um
grande processo de transformação social e política – a chamada Revolução
Comunista alterou significativamente a sociedade chinesa. Quando os comunistas
finalmente tomaram o poder e instituíram Mao Tse-tung como chefe supremo,
diversas medidas foram adotadas a partir do projeto político-social denominado
Grande Salto para Frente. Pouco tempo depois, em 1966, o governo chinês criou
um programa de controle cultural, político e ideológico chamado de Revolução
Cultural Chinesa, este buscava neutralizar a oposição crescente que havia
ganhado força com o eminente fracasso do Grande Salto para Frente.
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