A REVOLTA FEDERALISTA
A Revolta Federalista (1893-1895) é um movimento
revoltoso desenvolvido entre facções políticas rivais encontradas no governo do
Rio Grande do Sul. Durante o governo de Floriano Peixoto houve uma remodelação
dos quadros governamentais com a deposição de todos os políticos próximos à
figura de Deodoro da Fonseca. Essa mesma ação política foi estendida à esfera
estadual, onde os governadores “pró-Deodoro” foram substituídos por
representantes simpáticos ao novo governo.
Essa transformação nos quadros do poder atingiu o Estado do Rio
Grande do Sul, onde dois partidos políticos disputavam o poder entre si. De um
lado, o Partido Republicano Rio-Grandense (PRP) era favorável ao republicanismo
positivista e apoiava o novo governo de Júlio de Castilhos, aliado de Floriano.
Do outro, o Partido Federalista (PF) era composto por integrantes contrários ao
governo Júlio de Castilhos e defensores da maior autonomia dos estados por meio
de um regime parlamentarista.
A diferença de perspectiva
política entre esses dois grupos políticos somente piorou com a imposição do
governador JÚlio de Castilhos. Inconformados com a imposição presidencial, os
federalistas liderados por Gaspar Silveira Martins e Gumercindo Saraiva pegaram
em armas para exigir a anulação do governo castilhista, em fevereiro de 1893. A
rápida reação das tropas governamentais acabou obrigando os federalistas a
recuarem para regiões do Uruguai e da Argentina.
A reação dos federalistas
foi articulada com a conquista da cidade sulista de Bagé. Realizando ataques
surpresa em diferentes pontos do estado, os revoltosos conseguiram avançar no
território nacional tomando regiões em Santa Catarina e no Paraná. Naquele
mesmo ano, a Revolta da Armada, ocorrida no Rio de Janeiro, se uniu à causa dos
federalistas gaúchos conquistando a região de Desterro, em Santa Catarina.
Mesmo com o
apoio dos militares cariocas, a tentativa de golpe acabou enfraquecendo. O
apoio ao governo de Floriano Peixoto contava com setores muito mais
significativos da população. Dessa maneira, a tentativa de golpe acabou não se
consolidando. No entanto, a violência empregada nos confrontos, marcada por
cerca de 10.000 mortes, deixou a Revolta Federalista popularmente conhecida
como a “revolta da degola”.
A Revolta
Federalista, embora não tenha conquistado seus objetivos, nos mostra que a
Proclamação da República e seu sistema político não foram aceitos de forma
unânime no Brasil. Alguns grupos políticos contestaram, inclusive de forma
armada, o regime republicano, o positivismo, a centralização de poder e a
presença das oligarquias nos governos estaduais. Portanto, a Revolução
Federalista pode ser compreendida dentro deste contexto histórico de
insatisfação com o regime republicano, recém-instalado no país após o 15 de
novembro de 1889.
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