REPÚBLICA DA ESPADA - A Política
Econômica: O Encilhamento
Nos
primeiros anos após a proclamação da República, Deodoro da Fonseca se deparava
com um Brasil possuidor de uma estrutura econômica arcaica, baseada no
café; e um retrógrado sistema financeiro. Para mudar tal situação, o
Ministro da Fazenda, Rui Barbosa, adotou uma política que visava estimular
a industrialização e o desenvolvimento brasileiro, porém acabou
desencadeando uma das mais graves crises econômicas vividas pelo Brasil.
Baseado no sistema bancário
norte-americano, Rui Barbosa estabeleceu uma política monetária focada
na livre emissão de créditos monetários. Desta forma, para estimular a
industrialização e o desenvolvimento de novos negócios, os bancos passariam
a liberar empréstimos livremente às pessoas, sem mesmo saber de suas reais
condições de pagamento. Esta política ficou conhecida como encilhamento.
Para
financiar o enorme volume de empréstimos, o governo foi obrigado a fazer
grandes injeções de dinheiro no sistema econômico, provocando uma grande desvalorização
da moeda, o que resultou em altíssimos níveis de inflação. Além do mais, o
dinheiro concedido por meio dos empréstimos na maioria das vezes não era
utilizado de forma eficiente. Um prova disso era o pouco tempo de vida de
inúmeros estabelecimentos comerciais e industriais.
Mesmo com o encerramento das
atividades de muitas empresas, as ações das mesmas continuavam à venda na Bolsa
de Valores, inclusive com preços ascendentes. Tudo isso gerou uma enorme especulação
financeira, surgimento de empresas-fantasmas, etc., complicando ainda mais
a situação econômica da nova república.
Rui Barbosa
permaneceu no cargo de Ministro da Fazenda por 14 meses, até 20 de janeiro de
1891. Os problemas econômicos causados em razão da política do encilhamento
foram parcialmente resolvidos no governo Campo Sales, por meio do controle da
emissão de moeda e do estímulo ao crescimento industrial do país.
Encilhamento
.....foi a
forma como ficou conhecida a crise financeira ocorrida no Brasil a partir de
1890 decorrente da política econômica do governo provisório do Marechal Deodoro
da Fonseca. O fracasso do projeto governamental deveu-se ao boicote promovido
por especuladores ligados aos latifundiários, importadores e investidores
estrangeiros que, por meio de empresas-fantasmas inundaram o mercado financeiro
com ações sem lastro de capital.
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