AS MUDANÇAS NA EUROPA NO INÍCIO DO SÉCULO XIX E A FUGA DA FAMÍLIA REAL PORTUGUESA PARA O BRASIL


AS MUDANÇAS NA EUROPA NO INÍCIO DO SÉCULO XIX E A FUGA DA FAMÍLIA REAL PORTUGUESA PARA O BRASIL

O final do século XVIII e o inicio do século XIX é marcado por profundas transformações políticas, econômicas e sociais que afetaram não só esse continente, mas a América e em especial o Brasil.

     Na Inglaterra havia se iniciado em meados do século XVIII, a Revolução Industrial. Este fato colocou esse país no inicio do século XIX como uma nação rica e poderosa. Possuía a melhor marinha mercante de guerra e já dominava um vasto território colonial. Nesse mesmo tempo, a Revolução Francesa dava os últimos golpes no Antigo Regime, substituindo o Absolutismo monárquico e os privilégios feudais pelos princípios liberais na economia e na política. Dessa forma, a Revolução Industrial e a Revolução Francesa, conhecidas como Revoluções Burguesas davam uma nova formatação ao mundo Ocidental.
     Nesse contexto, Inglaterra e França exerciam uma hegemonia, cabendo aos demais países ficar entre as exigências e as ameaças militares do imperador francês Napoleão Bonaparte e a dependência econômica em relação a Inglaterra.
A Revolução Francesa de 1789 é fundamental para o entendimento desse processo. Ela proporcionou a destruição social e política dos vestígios feudais e a tomada do poder pela burguesia. Em 1791, os revolucionários lançam uma nova Constituição, que afirma a posição social dominante da burguesia e de seus ideias. Processo esse que leva a execução do rei Luis XVI. Para por fim as lutas internas pelo poder, a corrupção e a incompetência dos governos que se instalavam, a burguesia resolveu dar um golpe no próprio movimento revolucionário e apoiar a chegada do general Napoleão Bonaparte ao poder.
     Após pacificar a França e vencer as resistências, Napoleão cria um império e apesar de uma Constituição liberal e burguesa governa de forma centralizada e absoluta. O que leva a uma conclusão simples. Nesse momento, a burguesia francesa preferiu abrir mão de suas ideias políticas em detrimento dos seus interesses econômicos. A prosperidade francesa resultantes das reformas internas promovidas por Napoleão e o êxito de suas campanhas militares permitiram a continuidade de seu regime.

Bonaparte, havia colocado em prática um política militar expansionista, com o objetivo de estender o seu domínio por toda a Europa. O único entrave para o imperador francês era a resistência da Inglaterra, único país europeu que ele não conseguiu subjugar pela força. Napoleão tentou então, quebrar a Inglaterra economicamente. Para isso, proibiu os países europeus de comercializarem com os ingleses ao decretar o Bloqueio Continental, em 1806. Este bloqueio estabelecia que todos os portos da Europa deveriam fechar suas portas para as embarcações inglesas. Caso não cumprissem essa determinação corriam o risco de serem invadidos pelas tropas napoleônicas.
     Nesse momento, Portugal, se encontrava em uma situação bastante difícil. Economicamente dependente da Inglaterra, D. João, príncipe regente de Portugal tentava se esquivar tanto das pressões inglesas como das ameaças francesas. Devido a demora de decisão de D. João, Napoleão assina um acordo com a Espanha em 1807, no qual invadiram Portugal e dividiram entre si suas colônias.


Nesse contexto de pressão e eminente perigo de se destronado, D. João alia-se a Inglaterra que havia sugerido ao soberano lusitano a transferência de sua Corte para o Brasil, fugindo assim, das tropas napoleônicas. Segundo o acordo, os ingleses comprometiam-se em defender o território português contra a França; garantiria a segurança da família real portuguesa até o Brasil; em troca a Coroa Portuguesa entregava sua esquadra e garantia a abertura dos portos brasileiros aos ingleses.



Assim, essas transformações citadas resultaram na vinda da família real portuguesa para o Brasil que afetará drasticamente a história da colônia. Em síntese, a chegada da Corte portuguesa as terras tupiniquins é o fato desencadeador do processo que levará a independência do Brasil. (FCA)

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