A República
da Espada teve seu início quando os militares lideraram o país politicamente
entre os anos de 1889 a 1894. Assim que a monarquia foi derrubada, o governo
provisório do marechal Deodoro da Fonseca guiou as decisões tomadas no
Brasil. Neste período, foram tomadas algumas decisões de suma importância para
o povo brasileiro. Ocorreu à separação oficial entre Igreja e Estado (fim do
regime do Padroado), foi instituído o casamento civil e uma nova bandeira foi
criada com o lema “Ordem e Progresso”.
Com a
instalação do regime republicano no Brasil, um novo conjunto de leis
deveria sinalizar em favor da ascensão dessa nova conjuntura política. No
entanto, Deodoro da Fonseca (que então ocupava a presidência provisoriamente)
retardou a formação de uma Assembleia Constituinte pretendendo manter-se no
poder por um maior período de tempo. No entanto, a penosa situação econômica do
país e a pressão dos cafeicultores paulistas forçaram a convocação da
Assembleia em junho de 1890.
As
eleições para a formação da nova constituinte foram realizadas no dia 7 de
setembro daquele ano, ligando o evento político à data de comemoração da
independência do país. Mesmo antes da escolha dos integrantes da Assembleia, um
texto constitucional já tinha sido elaborado por uma comissão liderada por Rui
Barbosa. Por isso, a Assembleia, no prazo de três meses, discutiu alguns pontos
pendentes de um texto já pré-estipulado por integrantes do governo.
Inspirados pelo modelo
constitucional norte-americano, a Constituição de 1891 adotou a República
Federativa como sistema institucional, liderado por um regime político
presidencialista, onde a população escolhia os representantes dos municípios,
estados e da federação por meio do voto direto. Os vinte estados da federação
passaram a ter grande autonomia, podendo empreender medidas próprias nos
setores jurídico, fiscal e administrativo. Paralelamente, observamos a
separação oficial entre o Estado e a Igreja.
O
Poder Executivo era exercido pelo presidente da República, nos estados o
representante do poder era assumido pelo presidente estadual. O Poder
Legislativo era dividido entre duas casas: a Câmara dos Deputados e o Senado.
Os representantes dessas duas facções do Legislativo eram escolhidos por meio
do voto direto. Nos estados, o Poder Legislativo era somente assumido pelo
Poder Legislativo. O Poder Judiciário era assumido pelo Supremo Tribunal
Federal, seguido por tribunais disseminados em cada um dos estados.
O
sistema eleitoral agora concedia direito ao voto universal masculino,
não secreto a todos aqueles que fossem maiores de 21 anos e comprovassem sua
alfabetização. A adoção do voto universal e abandono do regime censitário,
criado durante a monarquia, de fato, modificou o universo de cidadãos votantes.
A péssima condição da educação nacional fazia com que a exigência da
alfabetização deixasse a grande maioria dos brasileiros alheia ao pleito. Além
disso, o voto não secreto era um outro dispositivo que impedia o exercício
autônomo das escolhas políticas.
Dessa maneira, podemos notar que a
democracia instalada no país não resultou em uma ampliação do direito de
participação política. Nos anos posteriores, vemos que nossa democracia garantida
pela nova constituição, na verdade, abriu portas para que os cafeicultores
assumissem o controle das instituições políticas nacionais. Dessa forma,
presenciaríamos posteriormente o predomínio das oligarquias.
Comentários
Postar um comentário