OS ILUMINISTAS E A EXCLUSÃO DA MULHER


OS ILUMINISTAS E A EXCLUSÃO DA MULHER
O historiador Renato Sena Marques apontou que os iluministas, embora progressistas em termos gerais, mantiveram uma visão extremamente preconceituosa em relação as mulheres, o que era muito característico em pleno século XVIII:
     (...)seres tomados por paixões, as mulheres não raciocinavam com a cabeça, e sim com a genitália. Pelo menos era nisso que acreditava o filósofo Denis Diderot que ainda emendava: as mulheres estariam tão submetidas a seus impulsos que suas almas, se é que possuíam, estariam em suas vaginas(...) 
     Diderot não foi o único a pensar na mulher desta forma. Boa parte dos romances concebia suas personagens femininas como “emocionalmente desequilibradas” e “irascíveis em suas paixões”, mais propensas a caírem, inclusive, em um desregramento sexual. A origem desses romances no século XVIII está relacionada ao Iluminismo.
     Até mesmo Rousseau, o mais radical dos iluministas em termos políticos sustentou a inferioridade das mulheres. Em seu romance A Nova Heloísa, as mulheres não foram descritas apenas pelo ângulo das paixões.
     “O belo sexo” passava a ser relacionado também a uma nova idéia de virtude, que estava estreitamente ligada a três pilares: virgindade na juventude, ao matrimônio e maternidade. Segundo Rousseau, quando adulta, a mulher deveria saber qual o seu lugar.
     A mulher virtuosa seria a esposa casta e submissa e a mãe que prepara os filhos para serem educados pelos homens.(MARQUES, Renato Sena. As Perseguidas. Revista de História da Biblioteca Nacional, abril de 2012).
      


Comentários