Segundo
algumas pesquisas arqueológicas a cerca de nove mil anos atrás já havia sinais
de pequenas vilas no Oriente Médio. O surgimento destas vilas está diretamente
ligado ao desenvolvimento da agricultura e da pecuária, que exigiu dos grupos
humanos a sedentarização, surgindo
assim, as primeiras aldeias. O número cada vez maior de pessoas nessas aldeias
fazia que eles se se tornam vilas favorecendo a produção de objetos de cerâmica
e o desenvolvimento da metalurgia. Lentamente foram surgindo às cidades. Muitos fatores contribuíram
para esse surgimento, entre eles as questões religiosas, o comércio e a
necessidade de organização de um grupo populacional cada vez maior.
Nessas cidades incipientes, ao lado de trabalhadores especializados como
artesãos, ferreiros, sacerdotes, comerciantes, camponeses, pastores e soldados,
foram aparecendo novas especializações. Em algumas sociedades a invenção da escrita possibilitou o
surgimento dos escribas, responsáveis pelos registros religiosos e contábeis. A
escrita possibilitou na prática a efetiva organização dessas sociedades.
Com o aumento da população e um número
maior de atividades não relacionadas com a terra, mudou gradativamente a visão
de ver a posse da terra: em lugar do pensamento coletivo, em que todos tinham
acesso a terra e ao que ela produzia, surgiu uma nova forma de propriedade; a propriedade privada. Obviamente
surgindo assim à desigualdade social.
Dessa forma, a diversificação dos grupos
sociais passou a ser classificado de acordo com as suas posses, ao mesmo tempo
em que o poder de decisões passou a ficar centralizado naqueles que detinham
mais posses. Os conselhos dos chefes de família, que governavam os grupos
deixaram de ser as instâncias superiores, concentrando esse poder de decisão em
poucas pessoas. Essa centralização de decisão deu origem ao que hoje chamamos
de Estado, instituição responsável
por coordenar ou controlar as atividades sociais por meio de um governo. Em
algumas sociedades, a religião teve papel importante nesse processo, ao garantir
aos governantes um caráter divino.
Essa
centralização do poder levou a imposição de normas e costumes aos indivíduos,
dando origem ao que hoje chamamos de lei,
diminuindo os conflitos sociais, juntamente com o surgimento de um aparato militar para o controle da ordem
estabelecida e a realização de grandes obras, como a construção de templos,
estradas, diques, canais de irrigação. Formado por um dirigente, o rei (quase
sempre de origem divina) e auxiliado por outro grupo de proprietários e mais
aqueles que faziam parte da estrutura (os burocratas e os militares), o Estado
foi consolidando seu poder sobre grandes extensões territoriais e sobre as
populações. Esse controle estatal, na maioria dos casos, acentuou as
desigualdades sociais a onde os interesses de uma minoria que controlavam a
riqueza, o saber e a força prevaleceu sobre uma maioria cada vez mais
explorada. (FCA)
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