A VIDA DURANTE A GRANDE DEPRESSÃO
A pobreza e o desemprego
cresceram muito em razão da crise de 1929. Por isso, a maior parte da população
dos países mais afetados pela Grande Depressão cortou todo e qualquer tipo de
gasto considerado supérfluo, agravando os efeitos da recessão na economia
destes países.
Por causa da Grande Depressão, milhões de pessoas nas cidades perderam seus empregos, nos países mais atingidos pela recessão. Sem fonte de renda, estas pessoas não tinham mais como sustentar a si próprios e suas famílias. A maioria das residências destas famílias, por sua vez, eram alugadas ou, ainda estavam sendo pagas através de prestações. Como consequência, milhares de famílias eventualmente foram expulsas de suas residências, por não terem como pagar os aluguéis ou as prestações de sua casa. Além disso, o desemprego fez com que a subnutrição tornasse-se comum entre a população dos países mais atingidos. Milhares de pessoas morreram por causa da subnutrição.
Algumas pessoas e famílias sem fonte de renda mudaram-se para a residência de parentes, quando perdiam suas residências. A maioria destas famílias, porém, instalou-se em favelas. Abrigos rústicos feitos com telas de metais, madeira e papelão tornaram-se comuns em áreas das grandes cidades dos países mais atingidos. As condições de vida nestas favelas eram precárias.
A indústria agropecuária de diversos países - especialmente os Estados Unidos e o Canadá - foi duramente atingida pela Grande Depressão. Nos Estados Unidos, muitos fazendeiros endividaram-se pesadamente, e vários foram forçados a ceder suas terras para instituições bancárias. Na Califórnia, no centro-norte dos Estados Unidos e no centro-oeste do Canadá, grandes períodos de seca, invernos rigorosos e pestes agravaram a recessão econômica já existente nestas regiões. Muitos dos jovens das áreas rurais abandonaram suas fazendas e suas famílias, e buscaram a sorte nas cidades. Estas pessoas, juntamente com muitas das pessoas desempregadas nas cidades, viajavam de cidade a cidade, pegando carona em trens de carga, em busca de emprego. Esta foi uma cena muito comum nos Estados Unidos e no Canadá.
Os chefes de estado e outras
pessoas importantes dos países atingidos passaram a ser frequentemente
considerados diretamente culpados pelo início da Grande Depressão por muito da
população atingida pela recessão. As favelas dos Estados Unidos foram
apelidadas de Hoovervilles ou "Vilas do Hoover" em português, em uma
sátira da população americana ao presidente Herbert Hoover. No Canadá, muitos
donos de automóveis apelidaram seus veículos de Bennett Buggies - Carroças
Bennett - em uma sátira ao Primeiro-Ministro Richard Bennett. Isto porque estas
pessoas não tinham como adquirir o combustível necessário para abastecer seus veículos,
ou cortaram a compra de combustível por considerarem um gasto supérfluo. Estes
veículos passaram a ser usados como carroças, puxados por cavalos ou outros
equinos.
Nem todas as pessoas sofreram igualmente com a Grande Depressão. Para pessoas que conseguiram manter seus empregos (mesmo nos países mais afetados pela recessão), ou que dispunham de uma poupança considerável, o padrão de vida não mudou muito. Apesar que muitos trabalhadores sofreram cortes consideráveis em seus salários, a deflação fez com que os preços de produtos em geral caíssem drasticamente. Ao longo da Grande Depressão, os preços da maioria dos produtos de consumo mantiveram-se muito baixo nos países mais afetados.
Por outro lado, muitos afro-americanos nos Estados Unidos não conseguiam emprego, especialmente no sul americano, por causa de discriminação racial. Empregos eram dados primariamente aos brancos. Por isto, em todo Estados Unidos, a taxa de desemprego entre a população afro-americana foi muito maior do que o da população branca. Mulheres com famílias para sustentar também dificilmente encontravam empregos, uma vez que a prioridade era dada para trabalhadores do sexo masculino, e que a discriminação contra mulheres trabalhadoras aumentou.
Grupos étnicos minoritários - especialmente imigrantes - dos países mais atingidos passaram a ser discriminados por muitos da população dos países mais afetados. Estes grupos étnicos eram discriminados porque, na visão de várias pessoas dos países afetados pela Grande Depressão, estes grupos étnicos competiam com a "população nativa" dos países atingidos por empregos. Isto, aliado à forte recessão econômica da década de 1930, fez com que as taxas de imigração caíssem sensivelmente no Canadá e nos Estados Unidos.
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