O PERÍODO CLÁSSICO - O Pensamento de Platão
A filosofia de Platão desenvolve-se a partir dos
ensinamentos de seu mestre
Sócrates, por meio dos diálogos socráticos. Ainda nesse
período, Platão, principal discípulo de Sócrates por 10 anos, escreveu sobre os
ensinamentos dele mesmo e de Sócrates.
Platão, diferentemente de seu mestre Sócrates, nasceu numa
família aristocrática e rica de Atenas e, 428 a.C., um ano depois da morte de
Péricles tendo vivido todo o período da Guerra do Peloponeso e ,
posteriormente, o declínio do Império de Atenas. Viveu maio de oitenta anos
vindo a falecer em 348 a.C. Teve uma educação correspondente à posição de sua
família e foi aprendiz de Crátilo e depois de Sócrates com quem conviveu nos
últimos dez anos de vida, até a sua execução (como já foi mencionado).
Após a morte de Sócrates Platão iniciou uma série de viagens
sendo que, na Sicília, entrou em contato com os pitagóricos, Arquitas de
Tarento especialmente, e com a escola eleática. Esteve por duas vezes, a
convite de Dion cunhado do Ditador de Siracusa, Dionísio I, naquele reino, para
ensinar ao jovem ditador, não tendo sido bem sucedido na empreitada por razões
de política interna.
Retornou a Atenas em 387 a.C. e fundou sua própria escola filosófica,
a Academia. Era uma espécie de universidade de ensino do mundo ocidental.
Desenvolvia sua concepção filosófica apresentando como núcleo a teoria das
ideias ou formas. Para Platão, existia um mundo sensível – da aparência, das
opiniões, da ilusão, imperfeito, incompleto e o mundo das ideias – eterno,
essencial, belo, pleno, perfeito. Para se alcançar o mundo das ideias, era
preciso o conhecimento racional e filosófico. Ele explica este pensamento por
meio da alegoria O Mito da Caverna.
Para Platão a filosofia era uma forma de saber que possui um
caráter prático ético-político e, por outro lado, seria essencialmente a teoria
capaz de nos levar à natureza essencial das coisas. As principais obras são:
Apologia de Sócrates, Eutífron, Críton, Laques, Mênon,O Banquete, A República e
Parmênides.
A influência pitagórica ao seu pensamento ficava clara logo
na entrada da mesma na qual mandou afixar uma placa com os dizeres: “Não passe
destes portões quem não tiver estudado geometria”.
A organização da Academia seguia o modelo das escolas
pitagóricas do Sul da Itália. Pode-se afirmar que a Academia e a precursora das
universidades que se instalaram na Europa durante a Idade Media. O objetivo do
curso (que durava em media dez anos) era focar os pensamentos dos alunos na
estrutura imutável que existe além do mundo visível do mundo dos sentimentos.
Provocar a alteração do pensamento do devir para o pensamento no ser. Sua
tarefa mais importante era criar nos alunos o hábito do “exame crítico e a
compreensão dos cânones e critérios referentes a todas as matérias” (RUSSELL,
2001 p. 74).
Como já foi mencionado, Platão foi por dez anos discípulo de
Sócrates sendo que a morte deste teve enorme influencia sobra a decisão de dar
início á sua obra literária e filosófica na forma dos “diálogos”. Ao longo de
sua vida, porém, Platão afasta-se progressivamente do pensamento de seu mestre
e desenvolve suas próprias proposições filosóficas. Já atingida a maturidade,
Platão reformula algumas de suas posições, talvez influenciado pelo debate com
sues alunos na Academia.
Neste ponto da vida, Platão faz uma crítica à teoria
socrática, especialmente quando ela que reputa a filosofia como um método de
análise da realidade. Platão considerava esta teoria insuficiente para
caracterizar a filosofia, tendo em vista que, para a aplicação de qualquer
método de forma eficaz seria necessário um fundamento teórico que determine
quais são os exatos critérios que se aplicam ao método. Ou seja, se não se
possuir critérios bem definidos para verificar quais as definições são válidas,
não teríamos como validar o método e verificar se este realmente produziu o
conhecimento a que se propos. Era necessário desenvolver uma teoria sobre a
natureza dos conceitos e das definições a serem obtidas. “É esse o papel da
famosa teoria platônica das ideias ou das formas, que pode ser considerada o
início da metafísica” (MARCONDES, 2007 p. 56).
O que o filósofo pretendia, com sua teoria, era estabelecer
um nível abstrato, que se chamou de metafísica, que era a teoria da essência
das coisas na natureza. Essa teoria permite encontrar respostas sobre todas as
coisas, quando a análise do objeto alcançar os critérios estabelecidos pela
teoria para a aplicação do método, que se dá quando este nos leva ao
conhecimento desta natureza essencial da coisa.
Portanto, o que difere Platão de seu mestre é que, este
considerava a filosofia como um método de reflexão que levaria os homens a um
melhor entendimento sobre sua própria natureza, sua realidade e suas
experiências, levando-o a uma gradual metamorfose intelectual e amadurecimento
social. Enquanto que Platão via a filosofia como sendo essencialmente teoria,
ou seja, a capacidade de conhecer as coisas, mediante um processo de abstração
e de superação da experiência mundana, em seu sentido eterno e imutável, a
verdade, portanto. Para ele o conhecimento teórico é necessário e indispensável
para o método que propõe. Assim, é necessária para Platão uma metafísica, uma
doutrina sobre a natureza essencial da realidade, para assim se definir o tipo
de compreensão e de conhecimento que se pode ter do objeto em análise (a
realidade). A teoria do conhecimento pressupõe, portanto, a teoria sobre a
natureza da realidade a ser conhecida (a metafísica, ou segundo uma
terminologia posterior, a ontologia).
https://claudiamaraviegas.jusbrasil.com.br/artigos/863996665/filosofia-grega-socratica
Comentários
Postar um comentário