MIKHAIL BAKUNIN

Mikhail Bakunin

Teórico político russo

Mikhail Bakunin (1814-1876) foi um teórico político e destacado revolucionário russo, que teve importante papel para o desenvolvimento do anarquismo, na Europa Ocidental, do século XIX.

Mikhail Bakunin (1814-1876) nasceu em Torzhok, na Rússia, no dia 30 de maio de 1814. Filho de nobres proprietários de terra foi educado em casa e em 1828 iniciou a carreira militar. Em 1835, com suas ideias libertárias, foi desligado do exército. Em seguida, foi para Moscou e engajou-se no estudo da filosofia idealista de Kant, Schelling, Fichte e Hegel, de quem traduziu para o russo, diversas obras.

Foi para Berlim onde estudou a Filosofia Hegeliana e em 1837 ingressou no curso de Filosofia na Universidade de Berlim. Logo se uniu à esquerda hegeliana, que procurava analisar as questões sociais. Converteu-se ao comunismo, tomou contato com a causa dos povos eslavos e envolveu-se na luta contra o imperialismo e as sociedades capitalistas. Em 1842 escreveu o ensaio “A Reação na Alemanha”.

Em 1843, iniciou uma longa viagem pela Europa. Em Bruxelas, entrou em contato com os membros da Associação Internacional dos Trabalhadores, ou Primeira Internacional, da qual participava Marx e Engels. Em 1844 foi a Paris, onde entrou em contato com Joseph Proudhon, com quem estabeleceu fortes laços ideológicos. Nesse mesmo ano, um decreto do imperador Nicolau I, retirou todos os seus direitos civis, confiscou seus bens na Rússia e lhe destituiu o título de nobre.

Em 1848, uma onda de agitações sociais varreu toda a Europa e Bakunin participa dos levantes na Revolução Proletária na França e na Insurreição de Praga. Publicou “Apelo aos Eslavos”, no qual propunha aos eslavos que se unissem aos húngaros, italianos, e alemães para derrubar as três maiores autocracias da Europa, o Império Russo, o Império Austro-Húngaro e o Reino da Prússia.

Em 1849, organizou a Insurreição na Boêmia e comandou o levante em Dresden. Em 1850 foi feito prisioneiro pelos saxões em Chemnitz e condenado a morte. No ano seguinte teve sua pena anulada e foi entregue ao governo russo. Levado para São Petersburgo e depois exilado na Sibéria foi obrigado a trabalhos forçados.

Em 1861, Mikhail Bakunin fugiu do exílio, passou pelo Japão, chegou à Suíça e em seguida instalou-se em Londres, onde logo se envolveu com a vida politica da capital. Em 1863 foi para a Itália onde se declarou anarquista, desenvolveu intenso trabalho de propaganda e fundou a Fraternidade Internacional, uma organização secreta, que em 1866 já reunia membros de diversos países. Entre 1867 e 1868, participou dos Congressos da Liga da Paz e da Liberdade, para a qual escreveu “Federalismo, Socialismo e Anti-Teísmo”. Entrou em choque com diversos membros da Liga, que não aceitaram o programa socialista proposto por ele.

No Congresso de Berna, em 1868, rompeu com a Liga e fundou a “Aliança Internacional da Democracia Social” que adotou o programa socialista revolucionário. Entrou para a Associação Internacional dos Trabalhadores. Nessa época, escreve diversos artigos e exerce influência em diversos países latinos.

Em 1872, durante um congresso em Haia, quando Bakunin ameaça a liderança de Marx, é então expulso da Associação. Nesse mesmo ano, funda a Internacional Antiautoritária, que criou grupos anarquistas em vários países do mundo. Em 1873 retira-se para a cidade de Lugano, na Suíça. Funda, com alguns estudantes, uma editora onde publica a maior parte de seus livros, entre eles, sua obra mais importante, “Estadismo e Anarquia”. Em 1874 participou de uma tentativa de revolta na cidade italiana de Bolonha. Ao fracassar, retornou para a Suíça.

Para Mikhail Bakunin o estatismo é todo sistema que consiste em governar a sociedade de cima para baixo em nome de um pretendido direito teológico ou metafísico, divino ou científico, enquanto a anarquia é a organização livre e autônoma de todas as partes que compõem as comunas e a sua livre federação, fundada de baixo para cima.

A forma de socialismo concebida por Bakunin era conhecida como “anarquismo coletivista”, no qual os trabalhadores poderiam administrar diretamente os processos de produção por meio de suas próprias associações produtivas. Assim haveria modos igualitários de subsistência, fomento, educação e oportunidades para todos.

Mikhail Bakunin faleceu em Berna, na Suíça, no dia 1 de julho de 1876.

 

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