AS ELEIÇÕES DE 1989
Conforme previsto na nova Constituição, o Brasil teria eleições diretas para presidente em 1989, a primeira em 29 anos. Concorreram ao cargo 24 candidatos. Entre os políticos que pleitearam a Presidência, destacam-se Ulysses Guimarães, do PMDB, Mário Covas, do PSDB, Paulo Maluf, do PDS, Leonel Brizola, do PDT, Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, e Fernando Collor de Mello, do PRN. A campanha eleitoral foi acirrada e democrática. Collor e Lula foram os vitoriosos para concorrerem no segundo turno.
Collor representava um novo partido político, PRN (Partido da Reconstrução Nacional), que se sintonizava com um projeto econômico neoliberal que fosse capaz de introduzir o país na chamada economia globalizada, a qual varria o mundo em um cenário de crise do socialismo. Prometendo defender os chamados “descamisados”, o jovem político de Alagoas vinculava sua imagem à de um político inovador e capaz de combater as mazelas brasileiras, como a fome e a corrupção. Chamado de “Caçador de Marajás”, o governador alagoano recebia apoio dos setores empresariais, principalmente dos meios de comunicação conservadores.
Já o candidato do PT, conhecido pela sua luta no movimento sindical no final da década de 1970, buscava atrair os votos dos grupos insatisfeitos com os rumos econômicos do Brasil e que desejavam uma ruptura da hegemonia da direita no controle do país nas últimas décadas. Lula contava com o apoio da massa de trabalhadores, dos setores acadêmicos e, durante o segundo turno, de praticamente toda a esquerda brasileira. A vitória de Collor foi obtida em 17 de dezembro de 1989, com 53,03% dos votos válidos contra 46,79% de Lula.
A eleição de Collor foi garantida através do apoio de uma parcela da classe média, que temia o destino do país nas mãos de um governo de esquerda, e pela maneira agressiva como a campanha de Collor conduziu as propagandas no horário eleitoral, fazendo acusações impertinentes sobre a vida particular do candidato do PT e contando com o respaldo da mídia. A década de 1990 começou, então, com a esperança em torno de um novo governo democraticamente eleito.
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