HOMESCHOOLING?
Basicamente homeschholing é uma
modalidade de educação que defende que crianças e adolescentes sejam educados
em casa, pelos pais, em vez de ir às escolas. É uma palavra de língua inglesa
que significa “educação escolar em casa”, que no Brasil também é conhecida como
“educação domiciliar”.
Antes da pandemia da covid 19, no
início do atual governo federal brasileiro, essa modalidade foi muito defendida
por políticos da situação e apoiadores do governo, mesmo que as maiorias dessas
pessoas não tenham idéia de como funciona de fato essa modalidade de educação. Essa
defesa muito baseado nas questões de que a escolas publicam doutrinavam os
alunos politicamente e por isso a defesa da “escola sem partido”. Ora, uma
grande falácia, pois se as escolas doutrinassem realmente os estudantes muitos
políticos que aí estão não seriam eleitos. Porém, bastou um ano e meio de
pandemia com as crianças em casa que a grande maioria dos defensores da
educação domiciliar simplesmente desaparecesse.
Como profissional da área de educação
sou contra essa modalidade de ensino no Brasil por questões mais do que óbvias.
Nessa modalidade, a criança e o adolescente não freqüentam a escola
tradicional. Elas são “educadas” em casa pelos seus pais que participam
ativamente do processo da formação intelectual de seus filhos. Só aqui temos
muitos problemas: a escola não educa, ela escolariza; escolarizar é diferente
de educar. O processo de educar é de responsabilidade dos pais, avós, tios e
também da escola; mas não é a principal função da escola, que esta é
escolarizar, construir conhecimento com os alunos. Outro problema é a
participação ativa dos pais; esses na sua grande maioria não acompanham a vida
escolar de seus filhos nas escolas, imaginem em casa sem sua presença, pois na
grande maioria das famílias brasileiras tanto o pai como a mãe trabalha para
garantir o sustento da família; quando não é só a mãe que existe para garantir
esse sustento. Que tempo eles terão para se dedicar aos ensinamentos de seus
filhos.
Outro problema muito grave que coloca
em xeque esse modelo educacional são as condições de instrução escolar da
população brasileira. Nas escolas temos professores formados em várias áreas
como Matemática, Língua Portuguesa, História, Ciências, etc. Ou irão querer me
convencer que duas pessoas vão dominar todas as áreas do conhecimento para a
formação intelectual de uma criança e de um jovem. Além disso, segundo dados do
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apenas 17% da população
brasileiro têm ensino superior, o que os professores tem que ter para ministrar
suas aulas; 27% da população têm ensino médio; 14% possuem ensino fundamental e
32% não concluíram o ensino fundamental e 10% dos brasileiros nem possuem
nenhum um tipo de instrução. Ou seja, infelizmente, como uma país de iletrados
pode querer implementar um modelo desse. Somente famílias muito bem
estruturadas economicamente iriam conseguir garantir um mínimo de instrução
para seus filhos.
É claramente mais uma tentativa de
diminuir a imagem da educação pública brasileira que é sucateada de todas as
formas, justamente para dizer que não funciona. Ao invés de termos
investimentos e políticas públicas educacionais de verdade; ao invés de
valorizarmos os profissionais da educação, sempre são procuradas soluções
erradas e equivocadas, mas todas elas têm o mesmo propósito que é dizer que a
educação pública no país não funciona, mas se esquecem de dizer os reais
motivos do por que ela não funciona. A resposta é muito simples, mas em um país
de iletrados fica muito difícil de entender.
Prof. Fabrício Colombo de Aguiar
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