ESCOLA JÔNICA
A Jónia, no século VII a. C., é o local onde nasceram as primeiras tentativas, plenamente racionais, de descrição e explicação da natureza do mundo. Talvez por se encontrar num local central, em que as comunicações com diversos povos e suas respetivas culturas são privilégio e privilegiadas.
Foi em Mileto, na Jónia, que esta escola se desenvolveu. Os filósofos desta escola procuravam investigar os primeiros princípios, partindo da observação da natureza. O que lhes interessava era essencialmente o problema cosmológico, aparecendo aí o homem apenas como um ser entre os outros que constituem a natureza. O homem só aparece como objeto da filosofia, de facto, com Sócrates e, de algum modo com a sofística, mesmo se se considerar que nos fragmentos de Heraclito já está presente o homem, algumas vezes mesmo como centro da problemática.
O que caracteriza a Escola Jónica, dentro da temática, já referida, da cosmologia e da cosmogonia é a sua conceçãoa um tempo unitária e pluralista do universo, visto que admite uma substância única como substância original de onde o cosmos, na sua diversidade, descende; mas defende a pluralidade dos elementos e dos seres como consequência desse momento primeiro. Por outro lado afirma ainda um hilozoísmo, quer dizer, uma união e indistinção entre matéria e espírito ou, dito de outro modo, a matéria animada por um espírito formando uma unidade indestrinçável.
Tales de Mileto é o fundador e inspirador da escola Jónica. Seguiu-se, em relação de aparente discipulado, Anaximandro, depois Anaxímines, de seguida Anaxágoras, Arquelau e, finalmente, Heraclito, este último aparecendo separado deste movimento, que embora conhecendo bem as doutrinas da escola, foi mais longe do que os seus antecessores.
Tales, Anaximandro e Heraclito são os filósofos mais originais e criadores deste movimento. O primeiro propunha que a água era a origem do universo, a matéria-prima enquanto substância primordial fecundada pelo espírito, o arquê, que a animava. O segundo propunha esse início num princípio infinito e imaterial a que chamou apeiron. Finalmente, o terceiro afirmava que esse mesmo princípio era como um fogo, um ser primordial, criador e destrutor, que subjaz ao devir (a vida, a transformação e a morte) que caracteriza a natureza.
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