REFLEXOS DA CRISE DE 1929 NO BRASIL
O produto mais importante da
economia brasileira desde meados do século XIX era o café, que tinha como
principal comprador os Estados Unidos. Com a Crise iniciada naquele país, houve
uma redução drástica do consumo do café brasileiro, uma vez que a escassez de
capital e a diminuição de importações afetaram a nossa economia, mostrando a
fragilidade de uma produção agroexportadora pouco diversificada.
A diminuição do consumo do
principal produto brasileiro era prejudicial, pois, paralelamente à perda dos
lucros oriundos da venda do café, permanecia a necessidade de se importar
produtos industrializados, gerando, assim, um déficit na balança comercial
brasileira. Em virtude da Crise de 1929, houve ainda um importante reflexo
político no Brasil. Nessa época, os cafeicultores de São Paulo e de Minas
Gerais se alternavam na Presidência; Minas Gerais indicava um candidato e São
Paulo o apoiava e vice-versa.
O presidente do Brasil na época
era o paulista Washington Luís e, respeitando a chamada Política do Café com
Leite, o presidente seguinte deveria ser um mineiro, Antônio Carlos. No
entanto, devido à crise da cafeicultura, São Paulo rompeu essa política e
indicou um outro candidato paulista: Júlio Prestes. Minas Gerais, por sua vez,
se uniu ao Rio Grande do Sul e à Paraíba, formando a Aliança Liberal, que
lançou a candidatura de Getúlio Vargas para presidente e João Pessoa para vice.
Júlio Prestes acabou vencendo nas urnas, mas o assassinato de João Pessoa, na
Paraíba, desencadeou um processo que ocasionou a derrubada da República Velha
no Brasil. A chamada Revolução de 1930 levou Getúlio Vargas ao poder,
inaugurando um novo momento histórico do Brasil Republicano.
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