AS FALÁCIAS NA EDUCAÇÃO



AS FALÁCIAS NA EDUCAÇÃO

            Antes de qualquer coisa, temos que definir o que é uma falácia para que fique bem claro o que pretendo explanar no texto de hoje. Basicamente, falácia significa erro, engano ou falsidade. Mas normalmente é uma ideia errada transmitida como se fosse verdadeira, enganando dessa forma as pessoas que não dominam um determinado assunto, ou não tem as informações necessárias para exercer esse domínio de causa. Portanto, as falácias na educação são inúmeras.

            Começaremos pela situação atual dos alunos que nos últimos dois anos foram promovidos, ou seja, avançaram de ano, mesmo sem ter o mínimo necessário exigido para essa promoção. O governo fala em programas de recuperação. Eu me pergunto qual? O Avaliar é Tri é apenas um diagnóstico, não é uma ação pedagógica de recuperação, que, alias não existe. Não existe um plano de apoio para esses estudantes, para que se faça uma recuperação efetiva de conteúdo. Por exemplo, os alunos que foram promovidos, isto é, que não atingiram o mínimo necessário são identificados como ANAP, isso quer dizer que o aluno foi aprovado com necessidade de ampara pedagógico para p próximo ano letivo. Mas esse ampara pedagógico de fato não existe. Não existe um professor, por exemplo, para dar aulas de reforço no contra turno, para procurar sanar as dificuldades desse estudante.

            O que o governo fez. No Ensino Fundamental ampliou os períodos de matemática (de 4 períodos para 7 períodos semanais) e de  português (de 4 períodos para 6 períodos semanais). O que a primeira vista pode ser visto da seguinte forme de que o professor tem mais tempo para recuperar o aluno, ledo engano, uma falácia. Primeiro, porque para aumentar os períodos, o governo diminuiu o tempo do período que antes era de 1 hora para 45 minutos. Segundo, os alunos estão todos misturados, aqueles que têm o domínio do conteúdo e aqueles que não têm, na mesma aula, na mesma sala. O que deveria ser o correto, o aluno que estuda à tarde, por exemplo, e, está em ANAP, ter aula de reforço pela manhã, junto com aqueles que têm as mesmas dificuldades ou pelo menos parecidas. Por exemplo, na escola em que eu trabalho, temos quatro alunos no 6º ano do Ensino Fundamental que não sabem ler, nem escrever. Eu pergunto. Como esses alunos serão alfabetizados? Os professores do 6º ano não são alfabetizadores. É evidente que esses alunos precisam ter aulas diferenciadas no contra turno. O atraso deles não é de dois anos da pandemia, eles chegaram ao 6º ano sem serem alfabetizados e, não foi por causa da pandemia. É um crime o que cometeram com essas crianças que estão totalmente perdidas dentro da sala de aula e, não vai ser dentro dessa sala de aula que eles serão alfabetizados, com troca de professor a cada 45 minutos.

            Portanto, não existe nem um plano de ação do governo gaúcho para recuperar a aprendizagem dos alunos. O que existe são formações inócuas com pessoas que nem são do Rio Grande do Sul e não conhecem a realidade da educação para qual eles estão ministrando cursos. Como também avaliações que dizem o que já sabemos. Não é necessário fazer essas avaliações nesse momento para diagnosticar o que já foi diagnosticado.  Existe um desperdício de dinheiro e de tempo e aquilo que realmente precisa ser aplicado não é feito, como por exemplo, na contratação de professores para realmente consolidar o tal do apoio pedagógico aos alunos que necessitam. Se isso não for feito, levaremos muito mais tempo para recuperar essa aprendizagem perdida. Isso sem falar nos milhares de alunos formados no Ensino Médio sem a mínima capacidade de leitura, interpretação, poder de argumentação e resolução de problemas matemáticos básicos. Mas enfim, a sociedade adora acreditar numa falácia.

Professor Fabrício Colombo de Aguiar

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