O SIMBOLISMO NO BRASIL

O SIMBOLISMO NO BRASIL

O simbolismo no Brasil começou em 1893 com a publicação das obras de Cruz e Sousa: Missal (prosa) e Broquéis (poesia). Esse movimento permanece até o ano de 1910, quando se inicia o Pré-Modernismo.

O momento é de agitação política, pois, com a Proclamação da República em 1889, o país estava passando por um momento de transição. Há, assim, uma transformação na cena política, com a passagem do regime monárquico para o regime republicano.

Com a instauração da República da Espada em 1889, alguns conflitos despontaram por conta da crise política e de disputa de poder.

Houve, assim, a Revolução Federalista (1893-1895), que aconteceu nos estados do sul do país, e a Revolta da Armada (1891-1894), ocorrida no Rio de Janeiro.

Assim, em meio a esse contexto de insegurança e insatisfação, surge o movimento simbolista.

Além do precursor do movimento, Cruz e Sousa, Alphonsus de Guimaraens e Pedro Kilkerry merecem destaque na poesia simbolista brasileira.

João da Cruz e Sousa (1861-1898), nascido em Florianópolis, Santa Catarina, foi o mais importante poeta simbolista. Filho de escravos, teve uma vida confortável entre uma família aristocrata que o ajudou nos estudos.

Apesar de ter escrito diversos textos poéticos, publicou somente duas obras em vida: Broquéis (1893) e Missal (1893). Missal é uma obra em que constam poemas escritos em prosa, enquanto Broquéis apresenta 54 poemas, dentre os quais 47 são sonetos.

Postumamente foram publicados outros de seus escritos: Evocações (1898), Faróis (1900) e Últimos Sonetos (1905).

Vítima de preconceito racial, o escritor lutou a favor da causa negra. Sua obra é bem diversa e reúne temas como: obsessão pela cor branca, a dor, a morte e o pessimismo.

Alphonsus de Guimaraens (1870-1921), nascido em Ouro Preto, Minas Gerais, foi um dos grandes poetas do movimento simbolista, apresentando uma obra religiosa, de caráter místico, espiritual e sentimental.

Os temas mais presentes em sua obra poética são: a dor do amor, a saudade da amada e a morte. Isso porque o grande amor de sua vida, sua prima Constança, morreu muito jovem.

De sua obra, destacam-se: Septenário das Dores de Nossa Senhora (1899), Dona Mística (1899), Kyriale (1902), Pauvre Lyre (1921) e Pastoral aos Crentes do Amor e da Morte (1923).

Pedro Kilkerry (1885-1917) foi jornalista e além de publicar diversas crônicas e artigos nos jornais, se dedicou à poesia simbolista. Foi considerado um dos grandes poetas do movimento, descoberto recentemente pela crítica.

Durante sua vida, Kilkerry não publicou nenhuma obra, no entanto, seus escritos foram reunidos postumamente. Com uma poesia diversa, ele explora diversos temas relacionados com a religiosidade, o misticismo, os sonhos e o amor.

 

 

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