MAIS UM 15 DE
OUTUBRO. E DAÍ?
Mais
um 15 de outubro chega. Mais um dia em
que os professores serão lembrados de como são importantes e essenciais para a
sociedade; que é a mais nobre das profissões, parabenizações nas redes sociais,
etc... Alguns serão homenageados. Talvez o governo do senhor Eduardo Leite faça
uma postagem através do site da Secretária Estadual de Educação. Aliás,
qualquer mensagem desse governo parabenizando os professores é a mais lacraia
das hipocrisias. Mas enfim, mais um dia dos professores e eu me pergunto; e
daí?
Daí
que eu sou obrigado a tocar em um assunto que não gosto de me pronunciar, mas a
situação é deplorável e insustentável. Já são sete anos sem nenhum centavo de
reajuste; não estou falando de aumento de salário. Aumento de salário é a
utopia das utopias para os professores estaduais do Rio Grande do Sul. Estou me
referindo simplesmente a reajustes por perdas inflacionárias. E olha, elas não
são poucas. Em 2014 a inflação anual foi de 6,41%; 2015 de 10,67%; 2016 de
6,29%; 2017 de 2,95%; 2018 de 3,75%; 2019 de 4,31%; 2020 de 4,52%; e 2021 que
ainda não terminou já está em 10,25% (fonte https://www.dicionariofinanceiro.com/ipca/).
Resumindo em um cálculo bem simples já são 49,15% de inflação nesse período. Ou seja,
hoje, o salário dos professores vale praticamente a metade do que valia em
2014.
Não
bastasse isso, o atual governo vem se “glorificando” que colocou os salários em
dias. Que está pagando sem atrasos e sem parcelamento. Mas o que o governo não
diz é que retirou direitos, mudou o plano de carreira, na prática diminuiu
salários. Assim fica fácil governador. O governo também não diz que em plena
pandemia, com a economia do país em queda e com a inflação cada vez mais alta, todos
os meses no contracheque dos professores têm descontos retroativos, muito mal
explicados. Além disso, nenhuma empatia por parte do governo que desconta os
míseros vales refeição e de transporte (valores insignificantes; o vale
refeição é conhecido como vale pastel), mas que devido à situação de penúria do
magistério, qualquer desconto se torna grande para equilibrar o orçamento.
Mas
enfim, teremos homenagens, parabéns, viva aos professores! Na verdade, chega.
Não queremos mais palavras bonitas, não queremos mais saudações, não queremos
ouvir que somos importantes, pois se fossemos,
sem hipocrisias, na real, seriamos valorizados não só com as palavras,
homenagens e parabenizações, pois afinal de contas, esse tipo de reconhecimento é legal e emocionante, mas não pagam o pão de
cada dia. Mas fica meu abraço e minha esperança por dias melhores, afinal os
heróis e a esperança são os últimos a desistir!
Professor Fabrício Colombo de
Aguiar
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