HISTÓRIA DO VINHO

HISTÓRIA DO VINHO

O vinho remonta a diversos períodos da humanidade. Basta você pegar um seriado ou um filme de época e haverá alguém bebendo vinho. Isso não é invenção de roteirista. Tudo indica ser real.

Cada cultura fala do surgimento do vinho de uma forma diferente. Os cristãos, embasados no antigo testamento, acreditam que foi Noé quem plantou um vinhedo e com ele produziu o primeiro vinho do mundo. Já os gregos, consideraram a bebida uma dádiva dos deuses, e assim por diante.

Do ponto de vista histórico, é difícil afirmar a origem exata. O vinho surgiu antes da escrita e deve ter sido por acaso. Reza a lenda que alguém esqueceu um punhado de uvas amassadas em um recipiente e elas sofreram uma fermentação espontânea. Tcharam! Habemus vinho!

No entanto, o cultivo da videira para a produção do vinho, assim como de outros alimentos, só foi possível quando alguns nômades se estabeleceram, fixaram-se na terra e tornaram-se sedentários.

Existem referências que indicam que a região da atual Geórgia (antiga república Soviética, localizada mais ou menos ao norte da Grécia) foi o local onde provavelmente se produziu vinho pela primeira vez. Existem descobertas de grainhas, sim grainhas, neste local que datam entre 8000 e 5000 a.c.

Egípcios, gregos e romanos foram os grandes impulsionadores da cultura e do desenvolvimento da bebida. No Egito, existem pinturas e documentos com registros do processo de vinificação e do consumo de vinho em celebrações e rituais datados de 3000 a.c, ou seja, são registros de aproximadamente 5 mil anos.

O consumo de vinho no Egito cresceu com o passar do tempo e deu grande impulso para o comércio, tanto o interno quanto externo. Pode-se dizer que os primeiros enólogos foram egípcios. Além disso, a partir de 2500 a.c. os vinhos egípcios já eram exportados para a Europa, África Central e alguns reinos da Ásia. Em 2000 a.c. o vinho egípcio chegou à Grécia. Lá chegando, foi cultivado ao longo da costa do mediterrâneo e foi cultural e economicamente vital para o desenvolvimento grego. No mundo mitológico, Dionísio, filho de Zeus com a mortal Sêmele, era o deus das belas artes, do teatro e do vinho. Talvez venha daí esse suposto refinamento que se atribui ao vinho.

Há de se dizer que na Grécia a bebida tornou-se mais cultivada e cultuada do que jamais fora no Egito, sendo apreciada por todas as classes.

A partir do ano 1000 a.C., os gregos começam a plantar videiras em outras regiões europeias como a Itália e Península Ibérica. Por volta de 700 a.C., os gregos fundaram Marselha, na atual França, onde supostamente ocorreu o primeiro contato dos franceses com o vinho.

Para o gosto contemporâneo, o vinho daquela época era bastante incomum, eu diria até que era bem ruim e as pessoas bebiam mais pelo efeito entorpecente e suas sensações advindas. Geralmente era ingerido com água, mel e outras ervas de modo a disfarçar o gosto original. Outro dia ouvi alguém dizer que nunca bebemos vinhos tão bons quanto os que bebemos hoje.

Roma foi fundada em 753 a.c, mas já por volta de 500 a.c. iniciou seu processo expansionista e não levou muito tempo para anexar toda a Península itálica, o Mediterrâneo e a Grécia.

Os romanos levavam o vinho para todos os lugares que invadiam. Era como se fosse uma forma de impor seus costumes e sua cultura nas áreas que conquistavam. Dessa forma, o vinho terminou virando a bebida dos soldados romanos e das tabernas, é claro.

A predileção da época era pelo vinho doce. Os romanos colhiam as uvas o mais tardar possível, ou adotavam um antigo método, colhendo-as imaturas e deixando-as no sol para secar e concentrar o açúcar. Ainda hoje essa técnica é utilizada na produção de alguns vinhos e é conhecida como “passificação” da uva.

Diferente dos gregos, que armazenavam a bebida em ânforas, o processo romano de envelhecimento era mais moderno. O vinho era guardado em barris de madeira, o que aprimorava o seu sabor.

Em 476 d.c., após a queda do último imperador, o Império Romano Ocidental entrou em colapso. Mas o vinho já não fazia parte de Roma. Era maior e assumira vida própria.

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