BALAIADA (MARANHÃO, 1838 - 1841)
A situação do Maranhão não era
diferente da das outras regiões do Brasil, apresentando uma população de 200
mil pessoas que viviam em total condição de miséria, sendo mais da metade da
população composta de escravos. Em 1838, um mestiço chamado Raimundo Gomes,
apelidado de “Cara Preta”, invadiu a cadeia da Vila de Manga para libertar seu
irmão.
Seu ato audacioso o fez car
conhecido na região e obter o apoio de parcela da população marginalizada. Novas
investidas contra outras vilas começaram a ocorrer, agora com o objetivo de
reivindicar melhorias sociais e econômicas para os excluídos. Raimundo Gomes
obteve o apoio de um mestiço, fabricante de balaios, chamado Manuel Francisco
dos Anjos Ferreira. Este, conhecido como Balaio, por vingança familiar,
resolveu perseguir todos aqueles que não eram de sua raça e de sua classe
social.
Foi graças a Manuel Francisco que
o movimento passou a se chamar Balaiada. Porém, o apoio mais substancial ficou
por conta de Cosme Bento das Chagas, conhecido como Preto Cosme, que liderava
um grupo de 3 000 escravos fugidos. Em agosto de 1839, os rebeldes tomaram a
cidade de Caxias e enviaram um representante ao governo de São Luís, que
encaminhou um conjunto de exigências para evitar uma batalha com o governo
central.
As reivindicações não foram
aceitas e o clima de impasse se tornou insustentável. Em 7 de fevereiro do ano
seguinte, o coronel Luís Alves de Lima e Silva assumiu a presidência da
província com a função de acabar com a revolta. Liderando vários grupos de
combate, o coronel conseguiu abafar a Balaiada, que se mostrou desorganizada
para reunir mais adeptos e para concretizar os principais projetos do grupo.
Com a chegada de D. Pedro II ao trono em 1840, Lima e Silva concedeu anistia
aos balaios, obtendo a rendição de 2 500 pessoas. Restavam ainda os líderes,
que, resistindo na frente de batalha, acabaram sendo presos e mortos, como
aconteceu com Preto Cosme, em setembro de 1842.
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