O IMPERIALISMO NA ÁSIA
JAPÃO
Até meados do século XIX, o Japão
vivia um regime comparável ao semifeudal, denominado xogunato. Apesar da
existência de um imperador, o Micado, este não governava de fato; era a
nobreza, camada mais privilegiada da sociedade, quem escolhia um dos seus
iguais, muitas vezes através de guerras, para governar de acordo com os seus
interesses. O regime do xogunato se caracterizava por isolar o Japão do mundo
ocidental, a final, a singular cultura japonesa e a distância geográfica da
ilha em relação à Europa acabavam favorecendo tal situação.
Em 1854, a Esquadra Perry (assim
chamada devido ao nome de seu comandante), que havia sido enviada pelos Estados
Unidos ao Japão, forçou os japoneses a abrirem seus portos aos produtos
estadunidenses. Aquele, portanto, era o início da dominação imperialista no
país, pois, após a abertura dos portos aos Estados Unidos, algumas potências
europeias exigiram os mesmos privilégios, situação que fez com que os japoneses
percebessem que seu país deveria se tornar uma potência imperialista para sair
dessa condição de submissão.
Ainda no século XIX, parte da
população japonesa, inconformada com a submissão do seu país, promoveu uma
guerra civil no país, conflito que acabou por derrubar o xogunato. Em 1868,
após o m das batalhas, o poder foi centralizado nas mãos do imperador
Mutsuhito, que passou a adotar um conjunto de medidas modernizantes que
caracterizaram a chamada Era Meiji e transformaram o Japão em uma referência
imperialista na Ásia.
Entre essas medidas, pode-se
ressaltar o investimento em educação, afinal, o governo japonês passou a bancar
o estudo de alguns jovens no exterior, no intuito de que estes voltassem para
aplicar no Japão estratégias semelhantes às adotadas pelas maiores potências da
época. Houve também a modernização dos meios de transporte, através da
aplicação de recursos para a construção de ferrovias e, principalmente, para
melhorias no transporte marítimo. Pode-se mencionar ainda a ampliação e a modernização
do Exército japonês, que, equipado com armamentos de origem ocidental, pôde
fazer frente a diversos povos no continente asiático e, assim, levar adiante o
projeto expansionista japonês.
É importante ressaltar,
entretanto, que o Japão só conseguiu promover esse conjunto de mudanças graças
ao auxílio de outras nações imperialistas, com destaque para os Estados Unidos,
que pretendiam barrar o expansionismo russo no Oriente. Tal estratégia acabou
sendo muito efetiva para as pretensões dos Estados Unidos, tanto que, em 1904,
a Rússia e o Japão travaram a Guerra Russo-Japonesa, que terminou com a derrota
dos russos e com a ampliação da crise que levou à queda do regime czarista.
Um outro alvo dos japoneses foi a
China, de quem o Japão reivindicava a região da Manchúria, rica em minério de
ferro. Tal disputa acabou levando ambos os países à Guerra Sino-Japonesa
(1894-1895), da qual o Japão saiu novamente vitorioso. Dessa forma, a China,
derrotada, foi obrigada a entregar a Ilha de Formosa aos japoneses, além de ser
obrigada a aceitar a Independência da Coreia, região que foi anexada pelo Japão
em 1910.
Diante dos benefícios gerados
pela Era Meiji e das conquistas oriundas do imperialismo, o Japão acabou
materializando seu desenvolvimento nos Zaibatsus, grandes conglomerados
industriais que passaram a caracterizar a economia japonesa no início do século
XX. O crescimento foi tanto que, na década de 1930, às vésperas da Segunda
Guerra Mundial, o Japão tinha forças su cientes para invadir toda a China, o
que de fato ocorreu. Além disso, várias ilhas do Sudeste Asiático foram postas
sob o domínio nipônico, o que acabou contrariando os Estados Unidos, contra
quem os japoneses lutaram durante a Segunda Guerra.
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