O IMPERIALISMO NA ÁSIA: CHINA

O IMPERIALISMO NA ÁSIA

CHINA

A China, que já no século XIX era o país mais populoso do mundo, era comandada pela dinastia Manchu, composta de governantes impopulares que se mantinham no poder pelo uso da força. No plano econômico, os governantes chineses se caracterizavam por optar por um um isolamento comercial em relação ao Ocidente, ou seja, havia uma resistência chinesa em relação ao consumo dos produtos ocidentais. A postura da China, entretanto, desagradava as nações imperialistas, que viam naquele país um grande mercado consumidor em potencial.

Um dos países que se interessavam pela China era a Inglaterra, que, além de ser a principal potência industrial europeia, já produzia ópio no continente asiático, mais especificamente em território indiano. Aproveitando a proximidade entre as regiões, os comerciantes ingleses contrabandeavam o ópio, recebendo produtos chineses – como seda, porcelana e arroz – em troca.

Tal prática trouxe enormes problemas sociais para a China, pois o ópio é uma droga extraída da papoula, extremamente viciante. Dado o contrabando inglês, portanto, o consumo dessa droga se popularizou entre os chineses e, como cada vez mais pessoas de todas as classes sociais se tornavam dependentes do ópio, o governo chinês se empenhou em impedir o consumo da droga no país, passando a combater rigorosamente o contrabando.

Após a emissão de sucessivos alertas chineses aos contrabandistas, um enorme carregamento de ópio (aproximadamente 20 000 caixas) foi apreendido e destruído pelo governo. Aquela era a desculpa que a Inglaterra precisava para declarar guerra à China, o que foi feito em 1840. Do conflito entre os dois países, que ficou conhecido como Guerra do Ópio (1840-1842), os ingleses saíram vencedores. A China, por sua vez, foi obrigada a assinar os Tratados Desiguais, assim denominados porque favoreciam somente a Inglaterra.

O mais importante deles foi o Tratado de Nanquim (1842), segundo o qual a China era obrigada a abrir cinco dos seus portos às potências imperialistas, além de passar o controle da ilha de Hong Kong para a Inglaterra. Hong Kong, que hoje é uma das regiões mais desenvolvidas da China, só foi devolvida aos chineses 155 anos depois (1997).

Nas décadas que se seguiram aos conflitos, os ingleses ainda tiveram de conter a segunda (1857) e a terceira Guerra do Ópio (1859-1860). Naquelas ocasiões, a Inglaterra foi auxiliada pela França, que, por ser uma outra potência imperialista, também tinha interesse no mercado chinês. Dessa forma, após estancar a resistência chinesa, ingleses e franceses promoveram o chamado break-up da China, dividindo o país em áreas de influência entre as principais nações imperialistas europeias.

Os Estados Unidos, que já vinham atuando em uma empreitada imperialista no continente americano, defenderam, através da Doutrina Hay, que a China, sendo um enorme mercado, deveria estar aberta a quem quisesse vender seus produtos lá, adotando uma política de portas abertas, Open Door. Dessa forma, além das maiores nações imperialistas da Europa, os Estados Unidos também passaram a manter relações comerciais com a China.

Mesmo com a reunião de diversas forças políticas e econômicas na vida institucional chinesa, a dominação no país não foi pacífica, pois os nativos organizaram diversos movimentos de resistência à dominação imperialista. Um desses movimentos foi a Revolta Taiping (1851-1864), encabeçada pelos camponeses, que defendiam a distribuição de terras e almejavam um cristianismo sincretizado com as tradições populares chinesas.

Cinco décadas mais tarde, foi a vez da eclosão da Guerra dos Boxers (1900), quando lutadores de artes marciais afrontaram o domínio estrangeiro, atacando missões religiosas e diplomáticas. A força dos nativos foi tanta que houve a necessidade da criação de uma força multinacional formada por ingleses, franceses, alemães, russos, japoneses e estadunidenses para acabar com a revolta.

 

 

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