Maomé
Profeta muçulmano
Maomé (Mohammed) nasceu em Meca, na atual Arábia Saudita, no dia 22 de
abril do ano 570 da era cristã. Era filho de Aminah e de Abd Allah, do clã
Hashim, uma ala pobre dos coraixitas, tribo guardiã da “Caaba”, templo nacional
do povo árabe.
Em poucos anos Maomé tornou-se experiente em realizar caravanas.
Acompanhava o tio até a Síria, lutava contra os assaltantes e tomava grandes
decisões. Sua honestidade valeu-lhe o apelido de “Al-Amín” (o leal).
Aos 25 anos, Maomé era um dos diversos beduínos que andavam pelo
deserto em lombo de camelo. Com essa idade casa-se com sua prima Kadidja, rica,
viúva e 15 anos mais velha do que ele. Dos quatro filhos que tiveram, três
morreram ainda criança. A única sobrevivente foi Fátima.
Muito antes de Maomé nascer, a Arábia sofria várias influências
externas, tanto do cristianismo de Bizâncio como das ideias religiosas dos
judeus, dos abissínios e dos persas.
Meca era um importante e próspero centro comercial e religioso que
abrigava na “Caaba” os ídolos de todas as tribos da península e os deuses da
religião de todos os chefes de caravanas que ali passavam. Cultuava-se ali mais
de 360 deuses.
Em 610, quando tinha 40 anos, preocupado em restabelecer a religião
monoteísta de Abraão, Maomé subiu ao monte Hira para meditar, quando teria tido
uma visão do arcanjo Gabriel, que lhe revelou a religião que deveria professar.
A voz que vinha do céu dizia: “Maomé, tu és o enviado de Deus”.
Em 610, Maomé começou a redigir as revelações de Deus. Em 613 começou
a pregar dirigindo-se a reduzido número de amigos e parentes. Por volta de 615,
ele tornou pública sua mensagem relativa à existência de um deus único e todo
poderoso, chamado em árabe de “Alá” (O Adorado).
Maomé acumulou opositores, especialmente entre a rica classe de
comerciantes que viam no ensinamento monoteísta uma ameaça à hegemonia política
e econômica e um perigo social.
Maomé e seus seguidores foram perseguidos. Muitos muçulmanos migraram
de Meca para Medina e o próprio Maomé refugia-se no deserto, no castelo de Abu
Talib.
Maomé foi convidado para fazer de Yathrib, cidade localizada no norte
de Meca, a sede de seu apostolado. Pelo pacto de Aqaba, as tribos de Yathrib
aceitaram a fé muçulmana e reconheceram Maomé como seu líder religioso e
militar.
Iniciou-se, a partir de então, a migração gradativa dos adeptos da
nova religião residentes em Meca para Yathrib. O deslocamento terminou com a
chegada do “profeta” em 25 de setembro de 622.
Essa migração conhecida como “Hégira”, marcou o início do calendário
islâmico. A cidade de Yathrib passou a se chamar “Medina, a cidade do Profeta”.
Nesse mesmo ano, o “Islã” afirmou-se não só como religião, mas como comunidade
organizada.
O objetivo de Maomé era a conquista de Meca. Declarou seu intento de
manter a peregrinação anual a Meca como um dos rituais básicos do islamismo. O
tratado de Hudaiba propôs o fim das hostilidades e autorizava os muçulmanos a
peregrinar a Meca.
A trégua durou 10 anos, até que uma tribo começou a atacar um grupo de
simpatizantes do profeta. Maomé valeu-se desse pretexto para avançar sobre a
cidade, à frente de um exército de dez mil homens e apoderar-se dela.
Demonstrando sua visão política, Maomé manteve a peregrinação anual e
o caráter sagrado de "Caaba", embora tenha destruído inúmeros ídolos
pagãos adorados em Meca.
Em 630 faz da “Caaba” o santuário muçulmano e proclama Meca a “Cidade
Santa do Islão”. No interior da Caaba encontra-se a "Pedra Negra",
símbolo máximo do Islão, que o arcanjo Gabriel deu a Ismael para selar a
aliança de Deus com os homens.
Segundo a tradição, a "Caaba" teria sido construída por
Abraão e seu filho Ismael, tornando-se um grande centro religioso, atraindo
judeus, cristãos e também os árabes. Segundo Maomé, todos os árabes seriam
descendentes de Ismael.
Maomé passou a receber diversos representantes tribais que vinham
solicitar aliança e pagar tributo. Constituiu-se uma federação de tribos,
embrião do estado islâmico e dirigiu a unificação do povo árabe.
Desde 610, Maomé começou a redigir, em árabe, as revelações místicas
de Deus, onde ele fala de sua essência, de sua relação com os seres humanos e
de como serão responsabilizados perante ele no Juízo Final.
Por volta de 650, Maomé formou com elas o “Alcorão” (ou Corão), o
livro sagrado muçulmano, com um total de 114 capítulos e 6.226 versículos.
A nova religião foi chamada de “islamismo ou Islã”, que significa
“submissão à vontade divina”, e seus adeptos “muçulmanos”, “os que se
submetem”.
Aqueles que acreditassem e obedecessem às leis do Corão seriam
recompensados com o paraíso, enquanto os que rejeitassem sua mensagem seriam
castigados no inferno.
Maomé (Abulqasim Mohamed ibn
Abdala al-Mutalib ibn Hashim) faleceu em Medina, Arábia, no dia 8 de junho de
632, no auge do poder. Sem deixar filho homem, a chefia do Islão passou a
Abu-Bekr – o primeiro califa – que teria sido um dos primeiros muçulmanos a
permanecer ao seu lado.
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