Júlio César
General e ditador romano
Caio Júlio César (Caius Julius Ceasar) nasceu em Roma, Itália, no ano
100 a. C. Pertencia a uma família de patrícios – os nobres de sangue e de
terras, a elite romana, e se dizia descendente de Enéias.
Era sobrinho de Caio Mário, e como todo aristocrata romano teve uma
educação esmerada, aprendeu o grego e falava com fluência o latim.
Tornou-se um bom soldado. Atingiu a maioridade aos 16 anos e lutou na
Ásia em alguns focos de resistência ao domínio romano. Seu objetivo era ser
rei, por isso se aliou ao partido popular, que mais se prestava a seus
objetivos.
Quando Júlio César nasceu, a República Romana já era a principal
potência do Mediterrâneo, e continuava a se expandir. A Guerra e a pirataria
eram um meio comum de se conquistar terras e acumular riquezas.
Os "plebeus" – eram os pequenos lavradores, comerciantes,
artesões, gente sem antepassados, que lutaram durante muito tempo para obter
algum poder político.
O "Senado" era o órgão máximo do poder, restrito apenas aos
"patrícios". Os senadores eram vitalícios e a eles competia decidir
sobre a política externa e interna, aprovar as leis e assessorar os cônsules.
O "Consulado" era composto por dois Cônsules eleitos para o
mandato de um ano e com a responsabilidade de exercer o poder Executivo.
No contexto de disputas internas e ameaças externas emergiram alguns
generais em Roma, entre eles, Caio Mário, membro do Partido Popular. Em 88 a.
C. Caio Mário iniciou uma guerra civil, reduzindo a importância do Senado e
restringindo o privilégio da aristocracia. Com a morte de "Caio
Mário" em 86 a. C. o general "Sila" foi proclamado ditador
perpétuo.
Sila limitou o poder dos tribunais da plebe e o da Assembleia Popular
e duplicou o número de senadores. Sanguinário e ambicioso mandou esquartejar os
prisioneiros em pleno Senado.
Foi à sombra desta sangrenta ditadura que Júlio César viveu seus
primeiros anos de cidadão, como sobrinho do general Mário.
Nesse período de guerra, em 83 a. C., Júlio César casa-se com
Cornélia, filha de Cinna, que exercia o poder em Roma e era um dos principais
inimigos de Sila. Em 82 a. C. nasce sua filha "Júlia".
Com essa união, César atraiu a inimizade do ditador, que ordenou que
todos os casamentos políticos do partido derrotado fossem desfeitos. César foi
obrigado a fugir e se exilou na Ásia Menor.
Com a morte de Sila em 78 a. C., Júlio César voltou para a Itália, que
estava dominada pelo partido dos aristocratas. Júlio César, que apoiava o
partido popular, acusou Ceneu Dolabella, um dos mais ferozes partidários de
Sila, de haver enriquecido através da corrução.
O Senado e o Consul Pompeu se opuseram às suas acusações, e mais uma
vez, Júlio César teve que fugir para a Ásia.
Em 74 a. C. o rei de Ponto, Mitridates, recomeçou sua eterna guerra
com Roma atacando alguns de seus aliados asiáticos. César envolveu-se na guerra
e aproveitou para ganhar popularidade. Organizou um exército e depois de
enfrentar Mitridates, foi nomeado "Pontífice".
De volta a Roma, durante o consulado de Pompeu e Marco Licínio Crasso,
Júlio César contribuiu para abolir a constituição de Sila. Como um
extraordinário orador, conquistou o povo, que o auxiliou em sua ascensão
política. Em 69 a. C. foi eleito "Questor".
Nessa mesma época, morre sua mulher. Em 68 a. C., César casa-se com
Pompéia. Em 65 a. C. foi nomeado "Edil" - magistratura que lhe
permitiu ganhar ainda mais prestígio e se empenhar no embelezamento da cidade
de Roma. Nessa época, organizou os jogos públicos: corridas de cavalos, brigas
de gladiadores e lutas com feras.
Em 62 a. C. Júlio César ganhou o cargo de pretor e, no ano seguinte,
deixou sua esposa e dirigiu-se à Hispania Ulterior como "Pretor", o
que lhe permitiu organizar seu próprio exército.
Em 60 a. C. com o apoio do exército, "Júlio César",
"Pompeu" e "Crasso" assinaram um pacto secreto pelo qual
estabeleciam uma aliança e assumiram o comando de Roma com a formação do
"Primeiro Triunvirato".
Planejando monopolizar o poder, em 50 a. C, Júlio César foi eleito
"Cônsul da Província da Gália" (atual França).
Entre 58 e 57 a. C. Júlio César derrota os helvéticos, os germanos e
os belgas. Em 55 a. C. os três chefes militares dividem entre si os territórios
controlados por Roma.
Em 53 a. C. após a morte de Crasso, o Senado e Pompeu conspiram para
derrubar César, ausente de Roma, pois estava governando a Gália.
Em 49 a. C. ao tomar conhecimento da conspiração, Júlio César e seus
exércitos marcham sobre Roma, depois de pronunciar a famosa frase: “A sorte
está lançada”. Vencidas as tropas de Pompeu, César torna-se ditador vitalício.
Após Pompeu se refugiar na Grécia, é perseguido por Júlio César e foge
para o Egito, onde foi assassinado por conselheiros de Ptolomeu XIII, o rei menino.
Nessa época, as duas irmãs de Ptolomeu – Cleópatra e Arsinoé –
disputavam o trono egípcio, contra o irmão ainda menor. Todos disputavam os
favores de Júlio César, dono da maior potência mediterrânea.
Conta a história, que Júlio César tranca-se em um palácio para decidir
os nomes dos ministros de Ptolomeu XIII. Alguns dias depois, recebeu um tapete
enrolado e ao abrir, encontrou a jovem, bela e esperta Cleópatra, que
ofereceu-se a ele, em troca da ajuda às suas pretensões políticas. Ptolomeu
acabou permitindo partilhar o trono com Cleópatra.
Depois da morte de Ptolomeu, em 47 a. C., Arsinoé foi mandada
prisioneira para a Itália. César e Cleópatra podiam desfrutar em paz a vitória.
Cleópatra tornou-se rainha, mas o Egito passou a ser vassalo de Roma.
Apoiado pela plebe urbana e pelo exército, Júlio César passou a
acumular títulos, concedidos pelo Senado: Tornou-se "Pontífice
Máximo" e passou a ser "Ditador Perpétuo" - o que lhe permitia
reformar a Constituição.
Foi também "Censor Vitalício" - que lhe dava o direito de
fazer a lista dos senadores. Foi ainda "Cônsul Vitalício" – função
com a qual exercia o "Imperium", ou seja, o comando do exército em
Roma e nas províncias.
Lançando mão de todos os poderes, Júlio César deu início a numerosas
reformas. Sufocou as guerras civis, iniciou a construção de obras públicas e
reorganizou as finanças.
Júlio César reformou o calendário, dando seu nome ao sétimo mês
(julho) e introduziu um ano bissexto a cada quatro anos.
O autoritarismo, a anulação do poder do Senado, as reformas populares
e a pretensão de restabelecer a monarquia levaram a aristocracia a conspirar
contra o ditador vitalício.
Após ter se proclamado "ditador vitalício", Júlio César
centralizou todo o poder político em suas mãos e, portanto enfraqueceu o
Senado.
Para tornar-se rei, título que era sinônimo de "traição"
depois que o senado havia abolido a Monarquia, Júlio César aliou-se a Marco
Aurélio, que instigou a plebe contra o Senado.
Em 44 a. C., Marco Aurélio ofereceu a Júlio César um diadema de rei,
em público, mas as manifestações foram tão intensas que Júlio recusou a oferta.
Inconformados com a situação, os defensores da República uniram-se sob
a liderança de Cássio e Brutus o jovem, seu amigo e protegido.
Acabou sendo vítima de uma conspiração da elite e foi assassinado nas
escadarias do próprio edifício do Senado. Teria dito antes de cair: “Até tu
Brutos”. Júlio César morreu em Roma, Itália, no dia 15 de março, no ano 44 a.
C.
A morte de Júlio César causou profunda comoção popular e o retorno das
lutas civis só foram acalmadas com a formação do Segundo Triunvirato, formado
pelos oficiais, "Marco Antônio", "Otávio Augusto" e
"Lépido". Os oficiais terminaram entrando em conflito. Em 31 a. C,
Otávio derrotou seus rivais e concentrou o poder em suas mãos, inaugurando o
"Império Romano".
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