ELVIS: NASCE O REI DO ROCK

ELVIS: NASCE O REI DO ROCK

Exatamente na metade dos anos 50, a América vivia uma “ressaca” pós – morte de James Dean, o mais novo ídolo dos jovens, que havia falecido em um acidente de carro. A mídia e a juventude rebelde procuravam um novo ícone para representá-los. Eis que surge um rapaz sulista bonito, de costeletas e topete cheio de brilhantina, que fazia uma música selvagem e cativante e começava a atrair a atenção de todos. O ano era 1956 e esse rapaz tinha um nome diferente: Elvis Presley.

Após testemunhar as loucuras que eram as apresentações de Elvis em 1955 pelo sul dos Estados Unidos, e se certificar da sua “nova” música, chamada rock and roll, os executivos da poderosa RCA Records aceitaram em contratar o jovem. Em janeiro de 1956 as gravações com a nova gravadora começaram e logo seu primeiro single foi escolhido: Heartbreak Hotel/I Was The One. Mesmo com o lançamento do single, a RCA ainda não sabia direito como promover sua nova promessa, pois seu estilo e seu tipo de show eram uma coisa nunca vista anteriormente na história.

O lendário empresário de Presley, Coronel Tom Parker, tinha uma boa estratégia. Então agendou uma turnê nacional para seu pupilo e o colocou na TV, mais precisamente no programa Dorsey Brothers Stage Show. A TV era o principal meio de comunicação da época e vivia sua época de ouro. Não se sabia o efeito que Elvis causaria, se seriam “bom” ou “ruim”, mas o Coronel sabia que seria grande.

Foram agendadas seis aparições no Dorsey Brothers. Apesar da platéia não estar pronta para o rock and roll, Elvis causou polêmica e admiração com seu visual bad boy e sua apresentação enérgica. Para os pais e o governo ele era uma ameaça, para os jovens era um delírio e um exemplo a ser seguido.

Com a chegada do seu primeiro single ao primeiro lugar das paradas de sucesso pop nos EUA, a RCA viu que tinha contratado o homem certo. Mais apresentações na TV foram agendadas, como no Steve Allen Show, Milton Berle Show e Ed Sullivan Show, além de mais turnês ao redor do país e testes no cinema. Ao mesmo tempo que sua popularidade crescia, as críticas (e a polícia) também seguiam Elvis onde ele fosse. Da mesma forma que roqueiros negros como Chuck Berry e Little Richard, Elvis era atacado e censurado pela mídia. Por cantar uma “música de negros”, apoiá-los e ter uma imagem original, seus shows eram frequentemente barrados pelas autoridades.

Em março de 1956 a RCA lançou o primeiro álbum da nova sensação americana, auto intitulado Elvis Presley. Nada poderia ser tão punk antes do próprio punk: a capa trazia uma foto com Elvis segurando o violão para cima em êxtase. O nome “Elvis” vinha em verde e “Presley” em rosa, fazendo jus a algumas roupas que o cantor usava em seus shows. Em pouco tempo o álbum chegou ao primeiro lugar nos EUA e deu a Elvis seu primeiro disco de ouro.

Esse lançamento também estourou em outros cantos do mundo, levando Elvis se tornar um ícone do rock mundial e inspirar outros músicos que se tornariam famosos nas próximas décadas. Havia sido dado início a última revolução cultural que o mundo viu, o rock and roll, que tem Elvis Presley como seu principal agente.

Talvez 1956 tenha sido o melhor ano de Elvis. É claro que havia outros cantores de rock and roll de extrema qualidade, como Gene Vincent, e que também estavam no Top Ten. No entanto, a imagem de Elvis foi a que mais causou impacto. Seus discos possuíam uma qualidade excelente de produção e arranjos (na sua maioria feitos por Elvis), além do cantor se dedicar ao máximo em cada uma das gravações, como a vez em que fez mais de 24 takes para Hound Dog até se dar por satisfeito.

Elvis não deve ser visto como um cantor que nossas tias e avós amavam e que ficou no passado. Ele foi uma pessoa que modificou as estruturas da sociedade em quase todo o mundo. Sua música, comportamento e imagem foram o carro chefe da luta dos jovens por mais atenção e respeito das gerações anteriores. Talvez por isso ele também tenha sido acusado de ser um dos agentes causadores da delinquência juvenil.

O ano de 1956 foi decisivo na carreira do astro, além de, por conseqüência do estrondoso sucesso tão rápido, ganhou a alcunha de Rei do Rock (a qual ele se recusava a aceitar). Após 60 anos, Elvis continua ganhando fãs entre as mais novas gerações e continua vendendo muito, prova do seu talento e carisma. Sua atitude e imagem levaram o rock and roll a se tornar um símbolo de rebeldia e o mundo nunca mais foi o mesmo.

https://universoretro.com.br/como-elvis-presley-se-tornou-o-rei-do-rock/

 

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