CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR

CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR

A oposição nordestina ao governo sediado no Rio de Janeiro já vinha ocorrendo desde 1817, com a Revolução Pernambucana. A tradição federalista e republicana da região não havia desaparecido e, com o fechamento da Assembleia Constituinte em 1823, esse sentimento voltou à tona. Os liberais de Pernambuco, inflamados pelas palavras publicadas nos jornais de oposição, como a Guarita de Pernambuco, Sentinela da Liberdade e  Pernambucano, este publicado por frei Caneca, acabaram por levar a população a incentivar um possível levante contra o governo imperial.

A oposição acirrou-se ao extremo quando foi nomeado para presidente da província um político da confiança de d. Pedro I, Francisco Pais Barreto. Não aceitando tal imposição, os políticos pernambucanos continuaram a hostilizar o imperador.

Este, mesmo tentando colocar na presidência da província o político Mayrink da Silva Ferrão, viu a situação tornar-se insustentável, quando, em 2 de julho de 1824, os políticos da região criaram uma república independente no Nordeste, conhecida como Confederação do Equador, que recebeu esse nome devido à localização geográfica das províncias. Atendendo à separação de Pernambuco, juntaram-se à rebelião as províncias do Ceará, do Rio Grande do Norte e da Paraíba. Após ser criada a república, os revoltosos utilizaram a Constituição colombiana como base do governo provisório. Entre os líderes do movimento, pode-se citar o papel fundamental de frei Caneca, Paes de Andrade e o antigo líder da Conjuração Baiana, Cipriano Barata.

A reação do governo central foi conduzida sob a liderança de Francisco de Lima e Silva e com a ajuda de mercenários ingleses, que derrotaram o movimento em poucos dias. Após a vitória das forças imperiais, 16 revoltosos foram condenados ao enforcamento, entre eles o próprio frei Caneca, que teve sua pena modi cada para o fuzilamento, pois nenhum carrasco se dispôs a executar o frei carmelita. Entre as consequências da Confederação do Equador, destaca-se o aumento da dívida externa brasileira, fruto dos gastos com a reação imperial a tal movimento e do desgaste político do imperador, devido à forte repressão ao movimento revoltoso.

 

 

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