AVALIAR É TRI! SERÁ?
Na
coluna anterior escrevi de como é difícil escrever sobre educação em um país
como o nosso, mas sou teimoso e aqui estamos novamente, afinal como diz o
ditado popular “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”.
No
mês de junho precisamos o retorno das aulas presenciais nas escolas estaduais
do Estado do Rio Grande do Sul, logo após uma avaliação denominada pelo governo
de “Avaliar é Tri”. Enquanto escrevo essa coluna não temos acesso ainda aos
resultados, mas podemos fazer algumas ponderações.
Primeiro,
essa avaliação não foi feita aqui no Rio
Grande do Sul, ela foi elaborada pelo Centro de Políticas Públicas e Avaliação
da Educação (Caed) da Universidade Federal de Juiz de Fora. Nada contra a
Universidade de Juiz de Fora, mas na minha modesta opinião a elaboração dessa
avaliação tinha feito por aqui, por instituições que conhecem melhor a situação
do nosso Estado. Bom, temos uma “estrangeira” na Secretaria da Educação, então
não é de se estranhar. Segundo, ao que consta, ela já teria sido aplicada em
Minas Gerais e São Paulo, portanto, se trata de uma avaliação já aplicada e,
inclusive com questões divulgadas na internet.
Pois
bem, a aplicação das provas nas escolas do nosso estado se deu no período de 24
de maio a 11 de junho. A aplicação se deu de duas formas: presencial (cada
escola organizou o seu cronograma de aplicação dentro do período destinado pela
secretaria); e também, os alunos poderiam fazer a prova online. Eis a questão,
a avaliação já está comprometida, por ter sido aplicada de formas distintas. Os
alunos que a fizeram presencial não tinham acesso à consulta como os alunos que
fizeram em casa pelo formato online, através de uma plataforma. Esses alunos,
além de ter um prazo maior, tinham tempo para consultar as respostas da prova,
inclusive na internet. E não vamos ser ingênuos, de pensar que grande parte dos
alunos não fizeram isso; enquanto outros marcaram qualquer resposta para
efetivar a sua participação.
Portanto,
qual seja o resultado dessa avaliação, a de se avaliar muitas questões, pois
teremos resultados muito diferentes. Claro que se vai ter uma média. Mas na
educação o objetivo é o indivíduo, a aprendizagem de cada aluno é importante. É sabido e inegável que o déficit da
aprendizagem está muito grande, mas não nos esquecemos de que ele já era, muito
antes da pandemia, devido a muitos outros fatores, conhecidos de todos, mas
varridos para baixo do tapete. Mas estou curioso para ver os resultados, até
porque as provas eram muito fáceis em alguns níveis e complicada para outros.
Não existiu um equilíbrio. Isso que eu nem mencionei sobre a matriz curricular
imposta pelo Estado (os conteúdos que os professores têm que passar para os
alunos), a qual eu resumo em uma palavra para vocês: surreal. Mas avaliar é
importante, não sei se é tri? Mas com seriedade e comprometimento de verdade,
avaliar é sempre importante.
Prof. Fabrício Colombo de Aguiar
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