HISTÓRIA DO CHIMARRÃO

CHIMARRÃO

O chimarrão é uma bebida tradicional da região sul da América do Sul, em países como Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai e tem um consumo forte no Brasil na região do sul do país mais especificamente no Rio Grande do Sul, mas também é consumida do Paraná e em Santa Catarina. É uma herança direta dos povos indígenas, como os guaranis, quíchuas e aimarás. Esses povos indígenas habitavam a região dos rios do Paraná, Paraguai, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

O chimarrão é um montado com erva-mate moída em que se adiciona água quente e é consumido dentro de uma cuia. Seu sabor amargo varia de acordo com a quantidade de erva-mate colocada nele. A erva pronta para o uso consiste em folhas e ramos finos de Ilex paraguariensis secos e triturados havendo uma grande variedade de tipos e do seu modo de preparado que  pode variar de acordo com a região e país em que ele é feito, na Argentina por exemplo, ele possui uma aparência mais amarelada.

Os primeiros povos de que se tem conhecimento de terem feito uso da erva-mate são os índios que habitavam a região sul do país e existem relatos de colonizadores desse local que contam que o consumo da erva era comum entre os moradores dali.

Os indígenas tomavam a bebida no Tacuapi (bomba antiga criada pelos índios com taquara). Com o passar do tempo, o hábito de tomar chimarrão foi passado dos índios para os colonizadores que experimentaram e gostaram do chimarrão e então foram criados utensílios para aprimorar e enfeitar essa prática. Quando ochimarrão passou a ser consumido também pelos ricos, foram feitas cuias de prata, ouro, vidro e até mesmo de porcelana. Até a chaleira para esquentar a água poderia ser produzida de cobre ou prata e eram importadas da Catalunha ou de Lima. Com o aumento do consumo, aumentou também a produção da erva-mate e seu crescimento foi tanto que chegou a ser a mais importante atividade econômica brasileira da metade do século XVI até 1632.

O chimarrão chegou a ser proibido no sul do Brasil durante o século XVI, sendo considerado “erva do diabo” pelos padres jesuítas das reduções do Guairá. A partir do século XVII, no entanto, eles mudaram de ideia com relação a bebida e passaram a incentivar seu uso com o objetivo de afastar a população local do consumo de bebidas alcoólicas. O consumo do chimarrão passou por algumas mudanças com o passar dos anos. Até 1970 a erva utilizada na bebida era um pouco amarelada porque passava um período em repouso. Na Argentina, entretanto erva ainda passa por esse processo, porém pelo período de pelo menos um ano e meio no mínimo. Seu consumo segue se desenvolvendo até os dias de hoje sendo possível encontrar o seu composto em bebidas, remédios, produtos de beleza, cerveja, refrigerante, licor, sorvetes e muito mais.

Como o consumo do chimarrão é mais forte no Brasil no Rio Grande do Sul, a bebida acabou se tornando um símbolo da cultura e da identidade gaúcha. Sua importância é tanta que acabou ganhando até seu dia próprio de celebração. No dia 24 de abril é celebrado o Dia Estadual do Chimarrão. O chimarrão pode ser inserido nas mais diversas práticas do cotidiano como substituto para o café pela manhã ou companheiro em uma ida ao parque, academia ou até mesmo pelo simples prazer de se tomar chimarrão ao final da tarde, mas a sua ingestão está tão associada à vida dessa determinada população que também é associada a momentos de convívio em sociedade, seja em uma reunião informal ou até mesmo após um farto churrasco. Essa confraternização é conhecia como “Roda de Chimarrão”.

Por fazer parte da identidade de toda essa região do país, ochimarrão se tornou um símbolo de orgulho e reconhecimento que atrai diversos turistas e curiosos para tomarem chimarrão. Assim como é comum comer queijo em Minas Gerais e acarajé quando se visita Salvador, a importância gastronômica dessa bebida é notável pela atenção gerada.

Devido a esse destaque do chimarrão que foram criados diversos eventos e locais que enaltecem essa importância como a Feira Nacional do Chimarrão em Venâncio Aires que é uma cidade conhecida como a Capital Nacional do Chimarrão. Foi criada inclusive a Rota do Chimarrão que reúne paisagens e atividades tipicamente gaúchas, combinando arquitetura, gastronomia e turismo rural. Os visitantes podem até participar de uma aula sobre a preparação da bebida. Na Escola do Chimarrão, os turistas aprendem a fazer 36 tipos diferentes de “chimas”, como é carinhosamente chamado, além de conhecerem as regras de etiqueta para compartilhar o “mate”.

O mate ou erva-mate é uma planta que cresce diretamente da terra, especialmente na região sul da América do Sul como no Brasil, Chile, Argentina e Paraguai. Ela possui diversas substâncias e pode ser consumida sozinha como chá, o chá-mate. Esta planta pode ser comprada seca em lojas de produtos naturais ou em formato de gotas em mercados. Enquanto o chimarrão é um montado de erva-mate e só é considerado chimarrão se for feito de uma maneira específica e servido quente em uma cuia.

O chimarrão é feito de erva-mate porém a sua diferença básica fica na forma restrita de sua produção já que ochimarrão tem um preparo muito específico enquanto o mate pode ser servido em uma xícara, uma garrafa ou até mesmo gelado e vendido em praias como acontece no Rio de Janeiro por exemplo onde é comum a venda do produto por vendedores ambulantes em locais de grande circulação de pessoas como se fosse um substituto de água ou sucos, em forma de uma bebida que promete ser refrescante mas com um gosto tradicionalmente brasileiro.

http://chimarrao.net/

 

Comentários