AS CHARQUEADAS
O charque já era produzido no Rio
Grande do Sul pelos jesuítas, nas reduções. Os charqueadores (gaudérios), os
tropeiros, os estancieiros e os militares também faziam o charque, como
processo de conservação da carne que sobrava das carreadas. Esse charque era um
produto caseiro, feito em pequena escala e não era comercializado.
Entretanto, as estâncias do
litoral gaúcho, a partir de 1725, iniciam a fabricação do charque para seu
consumo, sendo que o couro e o sebo eram exportados. Na região do Quinta foi
onde primeiro surgiram as charqueadas no litoral. José Pinto Martins,
português, produzia carne-seca no Ceará. Instala-se às margens do rio Pelotas,
em 1779, e dá inicio à fabricação do charque em grande escala, para exportação.
Em pouco tempo são instaladas várias charqueadas ao longo do rio Pelotas e do
Canal de São Gonçalo. Jose Pinto Martins não foi o pioneiro, mas deu o impulso
comercial ao charque e desenvolveu e povoou uma região do nosso estado até
então deserta. Mais tarde as charqueadas acompanharam o povoamento e a
instalação das estâncias no nosso estado. Do litoral, foram sendo instaladas
seguindo o rio dos Sinos, chegando às margens do Guaíba e do Baixo Jacuí.
Durante um século o charque foi o produto básico da economia rio-grandense.
Acompanhavam-no o couro, as gorduras e outros produtos da indústria saladeiril.
O produto era vendido para o centro e o norte do Brasil, principalmente para a
alimentação dos escravos. O trabalho nas charqueadas era duro e estafante, por
isso nem mesmo um branco pobre aceitava trabalhar nelas. Surge a necessidade da
mão de obra escrava com o crescimento da produção. Em pouco tempo, todas as
tarefas nas charqueadas eram feitas por escravos, e, aos brancos eram
destinados os trabalhos de administração e controle dos escravos.
https://historia-do-rio-grande-do-sul.webnode.com/charque/
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