A REVOLTA DE FELIPE DOS SANTOS OU
REVOLTA DE VILA RICA
A Revolta de Felipe dos Santos
ocorreu devido à rigidez metropolitana na elaboração de instrumentos eficazes
para a cobrança tributária na região das Minas. Sua origem está relacionada à
proibição da circulação de ouro em pó por parte da Coroa portuguesa no ano de
1720. A sede do ouro estimulou a tantos a deixarem suas terras e a meterem-se
por caminhos tão ásperos como são os das minas, que dificultosamente se poderá
dar conta do número das pessoas que atualmente lá estão [...]
Nesse período, foi determinada a
transformação de todo ouro circulante em barras nas casas de fundição, evitando
a sonegação do quinto, imposto referente a 20% da produção aurífera. A notícia
da implantação das casas de fundição e da proibição da circulação do ouro em
pó, demonstrando um Estado português cada vez mais atuante e mercantilista no
trato com as Minas, levou à eclosão de um levante armado que contou com a
participação de, aproximadamente, dois mil mineradores e teve a liderança de
Pascoal da Silva Guimarães, rico português que sofria as pressões do fisco da
Coroa.
A Revolta de Vila Rica se voltou
contra o conde de Assumar, governador recém-chegado a Minas e conduzido ao
cargo com o intuito de impor as ordens vindas de Portugal. O governador, não
podendo reagir imediatamente contra os revoltosos, já que não detinha força
militar para restabelecer a ordem, aceitou as reivindicações dos mineradores
contra as leis metropolitanas. Porém, assim que conseguiu tropas su cientes, o
conde de Assumar massacrou os revoltosos e ordenou a queima de suas casas.
A Revolta de Vila Rica
representou um prelúdio do atrito entre colonos e metrópole no conturbado
universo social da mineração, repleto de crises e conflitos, que culminou na
tentativa de sedição ocorrida em 1789 com a Inconfidência Mineira.
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