A concentração do capital
industrial
Após superar os limites da própria
Inglaterra, a Revolução Industrial estabeleceu a inserção de outros países na
conquista de mercados consumidores espalhados por todo o mundo. Nesse aspecto,
percebemos que a demanda por novas tecnologias não era somente necessária para
o incremento e o barateamento dos custos de produção. A renovação tecnológica
também era de fundamental importância na superação da concorrência comercial
imposta entre empresas de um mesmo ramo.
Caso não tivesse acesso a novas
tecnologias, uma empresa estaria paulatinamente fadada à ruína. Indústrias
munidas com maiores estoques, produtos mais baratos e melhores máquinas
abocanhavam os mercados de seu concorrente da noite para o dia. Dessa maneira,
percebemos que o desenvolvimento tecnológico abriu portas para a formação de
monopólios e oligopólios em que empresas de menor porte não conseguiam fazer
frente às grandes indústrias estabelecidas.
O termo monopólio é empregado
toda vez que percebemos a inexistência de concorrência comercial em um
determinado ramo da economia. Nesse caso, uma única indústria ou grupo
econômico domina todo o comércio de um determinado produto industrializado. Em
outros casos, quando um grupo de empresas controla a venda ou produção de um
determinado bem, influenciando na disponibilidade e nos preços do mesmo,
observamos a formação de um oligopólio.
O poder de controle de um
monopólio ou de um oligopólio pode variar de acordo com as situações que
definem o processo de concentração observado. No truste temos um grupo
econômico que absorve os seus concorrentes menores e depois disso negociam com
os competidores remanescentes a dominação do mercado consumidor. Nesse caso,
pode haver os trustes horizontais, onde empresas que fabricam um mesmo produto
entram em acordo, e os trustes verticais, onde empresas de ramos diferentes se
unem.
Outra forma de ação concentradora
mais simples e corriqueira pode ser vista com a formação dos cartéis. Nessa
situação, as empresas de um mesmo ramo mantém sua autonomia administrativa, mas
decidem “fatiar o mercado” com o estabelecimento de um mesmo preço que dá fim à
competição comercial. Em muitos países, como o Brasil, esta prática é
considerada um crime financeiro que fere os princípios fundamentais da livre
concorrência.
Sendo um pouco mais recente,
ainda existe outra prática monopolista desenvolvida a partir da franca expansão
do capitalismo financeiro. No holding presenciamos uma instituição financeira
ou um banco que, por meio da compra de ações, controla diferentes ramos da
economia. Nesse tipo de situação, observamos que a “empresa controladora” passa
a gerenciar as políticas e investimentos das várias empresas que fazem parte do
mesmo “grupo empresarial”.
Esses tipos de prática costumam
ocorrer em períodos onde a possibilidade de crescimento da economia é
perceptível. Contudo, em tempos de crise, podemos observar que essas políticas
centralizadoras acabam desestabilizando gravemente vários setores da economia
em um só tempo. Dessa forma, observamos que somente com o rearranjo das
políticas econômicas é que esses monopólios e oligopólios conseguem superar os
impactos sofridos por uma possível retração do consumo.
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/a-concentracao-capital-industrial.htm
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