O PERONISMO NA ARGENTINA
A Argentina vivia, na década de
1930, uma enorme dependência em relação à Inglaterra, situação que fomentou um
sentimento nacionalista, extensivo também às Forças Armadas. Assim, em novembro
de 1943, um grupo de militares nacionalistas de orientação fascista, reunidos
no GOU (Grupo de O ciais Unidos), promoveu um golpe político e assumiu o
comando do país. Durante o governo provisório estabelecido, o coronel Juan
Domingos Perón destacou- se no comando da Secretaría de Trabajo y Previsión,
realizando uma política favorável aos trabalhadores, que eram beneficiados pelo
aumento salarial e pela aplicação de leis trabalhistas.
O prestígio adquirido por Perón
em virtude das suas reformas trabalhistas causou uma reação nos demais
militares, os quais temiam que o fortalecimento individual de um dos membros do
governo argentino ameaçasse a ordem do regime estabelecido. Dessa forma, em
1945, Perón foi preso. O resultado dessa atitude, no entanto, fugiu do controle
dos militares, quando, alguns meses após a prisão, milhares de pessoas,
incentivadas por Eva Duarte, Evita, esposa de Perón, reuniram-se na Praça de
Maio, diante da Casa Rosada, exigindo a libertação do seu líder.
Após a sua libertação, que se
tornou inevitável diante do apelo popular, Perón criou o Partido Laborista e,
através da sua própria legenda, foi eleito presidente da Argentina. Perón
governou de 1946 a 1955, quando – através de um modelo tradicional de populismo
na América Latina – promoveu a nacionalização de estradas de ferro e de
serviços de bondes, água, gás e telefone. Houve aumentos salariais, indenização
por tempo de serviço, direito a férias remuneradas e outras conquistas
trabalhistas, o que fez com que a imagem de Perón fosse cultuada por parte da
população argentina.
Embora popular entre os trabalhadores,
o governo de Perón não agradava à elite liberal argentina e muito menos às
forças internacionais, que viam no nacionalismo peronista um entrave aos seus
interesses. Dessa forma, aproveitando a crise in acionária e a taxa de
crescimento reduzida que a economia argentina apresentava, os militares,
respaldados pela oposição ao peronismo, aplicaram um novo golpe político em
1955, derrubando, dessa vez, Perón da Presidência argentina.
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