A FALTA DE
AUTONOMIA NAS ESCOLAS AMPLIA OS PROBLEMAS NA EDUCAÇÃO
Perguntaram-me dia desses por que crítico tanto a Secretaria
de Educação do Estado do Rio Grande do Sul. É muito simples. Vamos descrever
algumas informações e dados.
Primeiramente, as pessoas que lá trabalham e “pensam” a
educação em nosso estado, eles devem viver em Nárnia. Pois eles desconhecem por
completo a realidade da maioria das comunidades escolares do Rio Grande do Sul,
principalmente as localizadas nas periferias. Enquanto eles não tiverem noção
desta realidade no que diz respeito às questões socioeconômicas principalmente,
nenhuma política educacional planejado por eles vai funcionar. A não ser para
“inglês ver”.
O início letivo desse ano foi catastrófico. Enquanto escrevo
esta coluna, alunos ainda estão sendo matriculados. Um dos grandes problemas,
bem evidente neste atual governo é o desrespeito a autonomia da escola, que é
uma lei. Esta lei garantida pela LDB tem basicamente, numa forma resumida como
objetivo garantir a escola condições para que ela cumpra a sua função, tornando
a aprendizagem mais adequada a realidade que ela está inserida. O que realmente
não acontece de fato. O que aconteceu na escola em que eu trabalho. Não
respeitando a organização e a solicitações da escola, fecharam turmas. O que
aconteceu? Começaram as aulas e os alunos não conseguiam acessar as aulas,
porque a secretaria não podia matricula-los, pois a Secretaria de Educação
resolveu fechar as turmas, sem perguntar para escola se tinha ou não demanda. E
o pior, abriram turmas onde não tinha demanda. No que a Secretaria de Educação
se baseou para fazer isso? Com certeza, não foi nos relatórios enviados pela
escola. Outro grande problema é que eles mudaram as turmas de turno ao seu bel prazer,
desconsiderando, por exemplo, o quadro e recursos humanos da escola e o número
de salas. Dessa forma, não tinham como distribuir os professores nas turmas,
pois a distribuição dos turnos das turmas feitas pela Secretaria de Educação do
Estado não condizia com a disponibilidade de professores na escola. E assim
começamos o ano com turmas sem alunos e alunos sem turmas.
Essa questão que para você pode
parecer simples, não é. Causam um transtorno enorme dentro da escola,
paralisa-se todas atividades pedagógicas. Se a Secretaria de Educação
observassem as solicitações da escola, tudo isso poderia ser evitado. Mas mesmo
fazendo errado, eles preferem intervir do que dar autonomia à escola. Eles
querem padronizar a educação, isso não é possível. Assim, como cada pessoa, tem
seu tempo no processo de aprender, desenvolver suas habilidades e superar
dificuldades, cada escola também tem o seu. E isso precisa ser respeitado.
Portanto, enquanto continuarem a atacar a autonomia das
escolas, principalmente administrativo-pedagógicas eu vou continuar criticando.
Enquanto eles não tiverem a humildade de ouvir, pois eles não são os detentores
exclusivos do conhecimento, aliás, conhecimento de causa eles não tem, enquanto
a soberba e a arrogância sobra. Enfim, quando eles realmente fizerem algo de
concreto e real a favor da educação eu paro de criticar e passo a aplaudir. Mas
está difícil.
Professor
Fabrício Colombo de Aguiar
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