A crise do sistema feudal
Entre os séculos X e XI,
observamos que a Europa experimentou um surto demográfico proveniente do
incremento das técnicas de produção agrícola então existentes. O crescimento da
população determinou a busca por novas terras, já que o modo de produção
disponível não era capaz de atender satisfatoriamente o ritmo de
desenvolvimento da época. Com o passar do tempo, várias regiões de floresta e
pântano foram empregadas para a ampliação da oferta de terrenos cultiváveis.
Com o passar das décadas vemos
que tais alterações somente retardaram a incapacidade que o modo de produção
feudal tinha em abastecer as crescentes populações dos campos e das cidades.
Atingindo o século XIII, notamos que a ampliação das terras por ações de
transformação e desmatamento impôs uma série de transformações climáticas que
alteraram o rendimento das colheitas e, em pouco tempo, criou uma séria crise
de abastecimento pela Europa.
A falta de alimentos acabou se
aliando com a expansão rápida dos centros urbanos, que aglomeravam pessoas sem
condições de saneamento e higiene então desconhecidas naquele tempo. Na metade
do século XIV, entre 1340 e 1350, essa situação desfavorável acabou se
agravando no momento em que a Peste Negra se consolidou como uma das mais
graves epidemias a atingir a população da Europa. Em pouco tempo,
aproximadamente um terço dos europeus foram dizimados com os terríveis sintomas
da doença.
Em um primeiro momento, a Peste
provocou uma violenta retração na mão de obra disponível. Tal quadro acabou
sendo o grande responsável pelo recrudescimento das obrigações feudais. Nesse
contexto de doenças e maior rigidez, as revoltas camponesas eclodiram em
diferentes pontos do Velho Mundo. Pelo visto, as antigas relações de trabalho não
se mostravam eficazes para suprir a demanda alimentar, econômica e política
daquela população.
Sem dúvida, percebemos que o
sistema feudal não conseguia abarcar as demandas de uma população em nítido
crescimento. Por um lado, a limitação técnica e as obrigações impediam que a
produção agrícola conseguisse suprir as demandas da época. Por outro, o
crescimento das cidades e da atividade comercial não conviveria com um modelo
econômico marcado em sua gênese pela subsistência. É assim que notamos a concretude
das transformações entre a Idade Média e a Idade Moderna.
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/a-crise-geral-sistema-feudal.htm
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