O COLAPSO DO IMPÉRIO ROMANO DO
OCIDENTE
Após um longo período de expansão
territorial e conquistas militares, o Império Romano passou por um processo de
declínio que se iniciou no século III d.C. A grande extensão do Império
dificultava o controle desse vasto território e sua expansão. As longas
distâncias geraram dificuldades de comunicação, e os povos dominados, assim
como a resistência dos vizinhos do Império, passaram a dificultar o controle nas
fronteiras romanas.
Como grande parte dos escravos do
Império era proveniente das áreas dominadas, a retração das conquistas teve
como consequência a diminuição do fluxo de prisioneiros que serviam como
escravos. Assim, houve um grande aumento dos preços dos escravos e o
consequente aumento dos preços dos produtos no interior do Império. A crise era
agravada ainda pela pouca produtividade registrada em virtude da escassez de
mão de obra.
Na tentativa de solucionar a
crise escravista, foi instituído o colonato, que buscava o aumento da
produtividade no campo. Nesse sistema, escravos e camponeses passaram a gozar
de nova posição jurídica, a de colonos. O camponês, dessa forma, teria direito
ao arrendamento de uma porção de terra e, em troca disso, pagaria ao
proprietário em dias de trabalho e em produtos. A expansão do colonato ocorreu
em um período de ruralização e atendia aos interesses dos grandes
proprietários, que necessitavam de mão de obra. Os camponeses tinham, em troca,
estabilidade e segurança, o que era importante, já que, naquele contexto, a
violência e a penetração dos povos vizinhos se intensificavam.
A relação de dependência entre o
trabalhador rural e o proprietário era chamada de patrocinium e, com ela, os
latifundiários tomavam para si algumas atribuições do Estado. Os colonos
estavam vinculados aos lotes em que trabalhavam, não podendo ser vendidos sem a
terra e nem a terra vendida sem eles. Assim, como pode-se perceber, as raízes
da servidão medieval encontram-se na generalização dessa prática. É importante
lembrar que, no entanto, a escravidão não foi completamente abolida,
persistindo de forma reduzida no Período Medieval.
Os gastos excessivos do Império
também colaboraram para a sua desagregação. A imensa burocracia e o grande
contingente militar necessário para a manutenção das estruturas romanas geravam
grandes despesas. A paralisação das conquistas e do fluxo de escravos provocou
retração nos recursos do Estado e contribuiu para o aumento da crise. Nesse
contexto, os gastos excessivos do Império também colaboraram para a sua
desagregação. A imensa burocracia e o grande contingente militar necessário
para a manutenção das estruturas romanas geravam grandes despesas. A
paralisação das conquistas e do fluxo de escravos provocou retração nos
recursos do Estado e contribuiu para o aumento da crise. Nesse contexto, o
poder político foi controlado pelos chefes das grandes legiões romanas. Como
consequência, o Império passou por um período de instabilidade, denominado
anarquia militar. Nesse período, os militares lutavam pela ocupação do posto de
imperador, provocando, com o conflito entre grandes generais e seus
companheiros de Exército, a instabilidade política. Entre os anos 235 d.C. e
285 d.C., Roma teve 26 imperadores, dos quais 25 foram assassinados em disputas
pelo poder.
No final do século III e durante
o século IV, os chefes políticos tomaram medidas que visavam à contenção da
crise, iniciando um período de intervenção direta do Estado na vida social.
Diocleciano (284-305), por exemplo, criou o Édito do Máximo, que fixava o preço
dos salários e das mercadorias, visando conter a in ação. Estabeleceu, também,
a tetrarquia, que dividia o poder político entre quatro generais. Constantino
(313-337), em 330, criou uma nova capital, Constantinopla, em um momento de
desagregação da tetrarquia e uni cação do poder.
Constantinopla, antiga cidade de
Bizâncio, situada em uma região menos afetada pela crise escravista, seria o
centro difusor da cultura bizantina durante toda a Idade Média. Com Teodósio (378-395),
o Império foi dividido em dois: o Império Romano do Ocidente, com sede em Roma,
e o do Oriente, com sede em Constantinopla. O Império Romano do Oriente, ou
Bizantino, perdurou até o m da Idade Média, quando foi tomado, em 1453, pelos
turco otomanos; já a parte ocidental encontrou o seu m cerca de mil anos antes.
Além dos fatores internos já
citados, as migrações dos povos germânicos colaboraram para a derrocada do
Império Romano. O evento, que durante muito tempo ficou conhecido como invasões
bárbaras, representou o m do domínio de Roma. Para os romanos, assim como para
os gregos, bárbaros eram todos aqueles que não falavam o seu idioma e não
professavam sua cultura. Nesse caso, os bárbaros eram aqueles que habitavam as
regiões mais ao norte da Europa, chamados também de germânicos.
Inicialmente, esses grupos, que
viviam nos limites do Império, foram utilizados como mão de obra na agricultura
e auxiliavam na proteção das fronteiras, constituindo uma força militar. Com o
passar do tempo e com o progressivo enfraquecimento do Império devido aos
fatores internos, as migrações germânicas passaram a se intensificar e
adquiriram caráter violento. Vários povos, como os vândalos, os suevos, os
francos, os lombardos, os godos e os visigodos, colaboraram para a conquista do
Império Romano. No entanto, foram os hérulos, em 476 d.C., que tomaram Roma,
destituindo seu último imperador, Rômulo Augusto.
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